sábado, 9 de junho de 2007

poema 29/07/2005

Vida sem ideal
Realidade nacional



Busca o modismo e esquece do realismo
Beija a boca e desaba na vontade louca
Finge conforto e ignora o espontâneo aborto

Namora a ilusão e facilmente abandona um irmão
Sobrevive doente e desiste da evolução da mente
Navega sem destino e renega o idealismo latino

Humilha o orgasmo e joga-se ao acaso
Promove o trabalho que escraviza e mata a esperança que ameniza
Desiste de nossa infância e assim aquece a fatal distância

A sociedade é a do preconceito, o visual é o único conceito
A atitude é devassa, o gozo profano é a única taça
A cultura vira objeto exclusivo de museu, a voz atuante é a da Galisteu

O sentimento é isolado e o compromisso é abandonado
Esquece-se que o progresso depende do acesso
A religiosidade deixou de visar à caridade

A formação é degradante e o futuro é frustrante
O romance é passado e o amor é assado
A reforma é ignorada e a futilidade é venerada



Marcelo G. dos Santos
Paixão, Gol & Rock N´Roll
BH, 29/07/2005

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