Últimos desejos
O derradeiro suspiro aguarda e não
marca hora
Fica a vontade de ganhar o beijo
materno na límpida face
Transformar a dor em aves
fraternas
Sair em disparada em busca do
tesouro dos mares
Caminhar pela calçada de Copacabana
em companhia iluminada
Ver um estádio lotado gritando o
fim da desigualdade
Andar pelas ruas da metrópole e
não ver uma cultura pedinte
Amar sem a cobiça de ser retribuído
Viver e esquecer a borracha do
outro lado do arame
Não medir a loucura e sorrir para
os covardes
Sentir e saber executar na mesma
proporção
Inventar reinventando sem
barreiras
Procurar a luz em meio a uma
gélida neblina
Acreditar no poder do amar em um
dia de tempestades
Gargalhar como uma criança no
parque das ilusões
Guiar o ser que te suplica um
afago
Sentir-se satisfeito com seu
próprio reflexo
Inverter o último anseio pelo
primeiro e puro alento
Marcelo G. dos Santos
Belo Horizonte, Minas Gerais, 31 de Maio de 2012
Blog:
paixaogolerocknroll.blogspot.com