sexta-feira, 22 de março de 2013

Tempo e Silêncio...



Tempo e Silêncio


A chuva derruba a barreira feita com covardia e receio
A saudade pega uma âncora e vai para o fundo do mar da alma
A vontade contida arranha a garganta com gosto de fel

A solidão amedronta com uma batida no portão da lembrança
Anjos do amar tentam conter a ruptura da represa do coração
A paixão rasga a madrugada com uma garrafa de vinho seco

Os escravos da dor não se permitem viver o doce novo
Os minutos são cruéis com a incerteza batendo no peito
Falsos julgamentos são feitos em um circuito de falsidades

Amar não é rendição é o simples permitir
Abutres cortam o céu em busca de mais uma carcaça covarde
Lamentos ecoam de uma máscara feita com desleais sorrisos

O corpo envelhece com os murros na ponta da faca
Medíocres se esbaldam com a ceia feita para os guerreiros
Ciúmes ecoam em um museu de poucas novidades


Revoluções são desencadeadas com o perfume da marcante rosa
Na calada da selva de pedra o mundo caminha para uma temporada paradoxal
A eternidade marca sua presença com o cair de uma terna folha de outono


Marcelo G. dos Santos
Trovador de Los Xamãs
BH, MG, 22 de Março de 2013
Blog: paixaogolerocknroll.blogspot.com