Tempo e Silêncio
A chuva derruba a barreira feita
com covardia e receio
A saudade pega uma âncora e vai para
o fundo do mar da alma
A vontade contida arranha a
garganta com gosto de fel
A solidão amedronta com uma
batida no portão da lembrança
Anjos do amar tentam conter a
ruptura da represa do coração
A paixão rasga a madrugada com
uma garrafa de vinho seco
Os escravos da dor não se
permitem viver o doce novo
Os minutos são cruéis com a
incerteza batendo no peito
Falsos julgamentos são feitos em
um circuito de falsidades
Amar não é rendição é o simples permitir
Abutres cortam o céu em busca de
mais uma carcaça covarde
Lamentos ecoam de uma máscara
feita com desleais sorrisos
O corpo envelhece com os murros
na ponta da faca
Medíocres se esbaldam com a ceia
feita para os guerreiros
Ciúmes ecoam em um museu de
poucas novidades
Revoluções são desencadeadas com
o perfume da marcante rosa
Na calada da selva de pedra o
mundo caminha para uma temporada paradoxal
A eternidade marca sua presença
com o cair de uma terna folha de outono
Marcelo
G. dos Santos
Trovador
de Los Xamãs
BH,
MG, 22 de Março de 2013
Blog:
paixaogolerocknroll.blogspot.com