Menina mimada
Ama sem jeito e sem graça
Seus relacionamentos sobrevivem à cachaça
Seus namorados assistem inertes a mais um show de pirraça
Busca emoção em valores vazios
Aprendizados sempre chegam tardios
Suas atitudes atraem pensamentos ainda mais sombrios
Beija com gosto de obrigação
Foge de qualquer real sensação
Seu fígado está em estado de ebulição
Menina rebelde e vazia
Entra sempre em complicada sintonia
De tanta raiva do mundo se casou com a azia
Gasta sem limite procurando aconchego
O que ganha é uma constante falta de sossego
Vive em função de um falso apego
Para a lama sua vivência é atraída
Sua alma a cada segundo é mais corrompida
Sua prepotência a aproxima de uma vital decaída
Sua vaidade é a única veia que ainda pulsa
A carinha de anjo encobre a delicadeza de uma ursa
Brinca com corações alheios em uma roleta russa
Marcelo G. dos Santos
Belo Horizonte, 23 de Novembro de 2011
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