A morte da poesia
Falsos profetas falam em nome da
poesia
Aproveitadores de plantão atentam
contra nossa nobre arte
A ignorância impera nas ruas com
um novo hit sem nexo
O talento está escondido dentro
da caverna do eremita
Paixões miojo acontecem com a
trilha sonora da afiada sacanagem
Livros têm como únicos companheiros
as traças e a poeira
Populações são abduzidas ao culto
a matéria da carne trêmula
Verdades são omitidas e
distorcidas no balanço contagiante
Culturas são estupradas por
membros do clã do desnecessário
Nosso navio se afasta cada vez
mais do forte da ilha da educação
Sentimentos confusos imperam em uma
eterna balada sem limites
Mantras são entoados nos céus
para suavizar a dor de um ser sem rumo
Poetas passam a serem mendigos
implorando migalhas mercadológicas
Insanos capitalistas estouram
cofres com o metal de sua perversidade coletiva
Grandes escritores passam a ser
lembrados somente por serem nomes de rua do desalento
A dor aquece corações jovens
enganados a todo flash
Letras entram em greve por
melhores autores
O ser poético é a fênix que fará
renascer uma nova era de ouro
Marcelo G. dos
Santos
Belo Horizonte,
MG, 16 de Março de 2012
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