sábado, 7 de julho de 2007

poema 06/07/2007

É verdade...


Indecência é deixar a impaciência matar nossa inocência
O verdadeiro otário é o que fica retardatário obedecendo ao mandatário
O segredo é deixar o medo ir embora mais cedo

A calma renova a alma que bate palma
O pecado é deixar o passado a qualquer momento mandar recado
A febre é uma lebre que se atreve

Se a filosofia não tem poesia só gera desarmonia
A coragem não pede passagem e não fica só admirando a paisagem
O futuro não é seguro sempre há um furo

A saudade se liberta com liberdade e muita vontade
A ilusão trava o coração gerando inútil discussão
O amável é estável e inflamável

O bar pode nos levar ao mar e nos afastar do lar
O povo tem ilusão pelo novo e desconhece a origem do ovo
O guerreiro conquista seu terreiro e inspira o novo herdeiro


Marcelo G. dos Santos
Paixão, Gol & Rock N´Roll
BH, 06/07/2007

sexta-feira, 6 de julho de 2007

texto sobre a nova era dunga 06/07/07

A nova era dunga que está mais para soneca


Queridos amigos amantes do bom futebol, sucumbam neste mar de cabeças-de-bagre do nosso atual desporto. O técnico da seleção brasileira é o dunga (aquele butineiro corporativo que não passava de um proveitoso jogador) um dos únicos do mundo a começar sua carreira em uma seleção de ponta, e que ponta. É só a seleção pentacampeã do mundo.
Os malas de plantão podem falar que o Falcão também foi técnico pela primeira vez em uma seleção brasileira. Foi em 1991, fomos vice-campeões da Copa América, mas não vamos comparar; começa que Falção foi craque e a reforma era bem maior, a geração estava podre por conta da tal era Dunga, que o tal de Lazaroni inventou na Copa de 90 que perdemos para o time de Maradona.
Diz o nosso genial técnico Dunga que nossa seleção está jogando com alegria nessa Copa América 2007, alegria de dar um passe, alegria de cortar uma bola....Ele deve estar é de brincadeira, o jogador deve rir de sem graça, de ter um técnico que não sabe nada de nada. Nada de treinamento, nada de tática, nada de diplomacia, nada de educação. Dunga devia treinar a seleção de natação.
Vivemos a pior fase do futebol brasileiro que vi desde que acompanho o esporte mais apaixonante do mundo, (1986 a 2007). Pegue a seleção brasileira sub-20, está uma baba. Na primeira fase perdeu para a Polônia e para os E.U.A de futebol ou soccer como eles falam, não é de futebol americano ou basquete.
O treinador da sub-20 do Brasil consegue a proeza de ser pior que o Dunga, com respeito à falta de padrão tático e conjunto, eles são iguais. Mas, o treinador Nelson Rodrigues (que ironia, olha o nome do indivíduo. Nosso escritor e fanático pelo belo futebol deve estar se revirando no caixão) consegue ainda tomar gols quase estilo casseta e planeta ou saltimbancos trapalhões, pior que a seleção principal que ainda só perdeu um jogo, ainda!!!!
Os meninos começam desde cedo a ir para Europa e deixam de honrar a camisa amarelinha e estão pouco aí para a paixão do povo. São estrangeiros em nosso país, jogadores sem alma e sem pátria. Tanto na seleção principal, olímpica (olha a futura vergonha ano que vem em Pequim), sub-20 ou sub-17 temos que ter profissionais experientes, gabaritados. Quando tivemos o Felipão, que é um treinador competente e sério, nós fomos campeões. Porque não seguir esse paradigma e parar de inventar com treinadores fraudinhas treinando marmanjos milionários.
Esse êxodo de jogadores cada dia mais jovens para o exterior indo jogar em grandes centros ou na Ucrânia e Bulgária, é um sinal de alerta vribrante, quase explodindo. Observe o campeonato brasileiro da 1ª divisão (nem se fala do da segundona), jogos horríveis, times quebrados, jogadores medíocres, futebol totalmente nivelado por baixo. O líder do campeonato tem nível pouco superior de um time na zona de rebaixamento, isso é ridículo.

O país deixou de ser o melhor do mundo na nobre arte do futebol faz tempo. Uma seleção com um meio-de-campo com quatro volantes é a transparência de um futebol em estado quase fatal de um coma que vem se aprofundando com o tempo e suas lambanças. A solução é mandar essa corja da CBF para a corte marcial e limpar os corredores de nosso futebol. Aliando a competência ao nosso talento que ainda sobrevive quase sem respirar, em meio de um ar pesado, cheio de podridão e incompetência.
Vamos protestar contra essa nova era Dunga. Vamos pedir o resgate imediato de nosso futebol, que sempre foi visto como o melhor do mundo, hoje não se consegue ver esta supremacia futebolística nem com o maior telescópio do mundo.





Marcelo G. dos Santos
Paixão, Gol & Rock N´Roll
BH, 06/07/2007

quarta-feira, 27 de junho de 2007

poema 27/06/2007


Fogo


Anseio quente, delírio que fascina
Dualidade efervescente, prazer que assassina
Inquietação insistente, o perigo é sua sina

No trabalho é fundamental, mas rotina nos afasta
Deve-se buscar o informal, a ardência é nefasta
O tesão não é anormal, a emoção não é madrasta

O espírito clama, o furacão passa
O orgasmo acende a chama, a carne assa
Atinge-se o apogeu com quem ama, o calor ultrapassa

O universo dá asas à sintonia, os afins não batem na trave
Só a inovação gera harmonia, nada passa a ser entrave
È fundamental a companhia, viver sem medo é a chave

Quem foge das paixões vegeta, a covardia é societária
O romântico arquiteta, a atitude convencional é autoritária
O coração tem a marcação correta, a ardência é revolucionária






Marcelo G. dos Santos
Paixão, Gol & Rock N´Roll
BH, 27/06/2007

domingo, 17 de junho de 2007

poema 14/06/07

O preconceito


O hobby é criticar
Nem todos podem ter o direito de sonhar
A arma de destruição de massa é o julgar

O abandono da caridade
A preocupação é a sociedade
Corta-se o direito de uma diferente vontade

A repulsa é companheira
O falta de respeito é uma tórrida barreira
A ignorância abre a torneira

A falsa satisfação é tempo perdido
Nem sempre o crucificado é o verdadeiro bandido
A indiferença é um fatal zumbido

Dar a mão ao excluído é realizar duplo renascimento
Abandonar é o pior tormento
A solidariedade decreta o fim do esquecimento

A humildade supera qualquer ânsia
Ignorar a diferença é ridícula discrepância
O preconceito alimenta a intolerância





Marcelo G. dos Santos
Paixão, Gol & Rock N´Roll
BH, 14/06/2007

domingo, 10 de junho de 2007

texto 03/06/2003

Apaixone-se!!!

Você acorda um dia e sente que uma forte ardência está a gritar no lado esquerdo do peito, o que será? Estou doente? Vou morrer? Só se for de paixão! É isso mesmo, o mosquito da apaixonite te mordeu e você vai custar para sarar. O vício te pegou e agora é deixar rolar. Incrivelmente sua vida passa a ter um sentido diferente, bem mais colorido, mais vivente. Uma ofensa atirada a você passa a ser relevada de uma forma mais doce, tranqüila. A dor física é esquecida quando seu olhar se cruza com o olhar da amada. O coração palpita e a única imagem que se forma em sua mente é de uma louca noite de muita paixão.
Paixão, obra divina que estabelece dois caminhos a serem escolhidos:
1 –Éden: A vida agora é realmente vivida, o vazio do peito foi preenchido por fortes jatos de prazer e loucura. O que era imaginável passou a ser possível em um ardente beijo apaixonado.
2 - Destruição: A paixão relega sua vida a uma dependência destrutiva do ser amado.
Quando o sentimento alucinado se rompe em dos lados do elo amoroso, adeus sanidade. O caminho se aproximada do limbo e se distancia da luz. Uma paixão é um talento oferecido por Deus, quando você não dá valor ou sufoca o outro, ele é tirado de você. Não existem regras para viver uma paixão, porque regra não é uma palavra que se aplica a este atributo, mas o que deve ser sempre santificado é o amor individual e exclusivo, que faz qualquer sentimento divino perdurar.
Ninguém ama alguém se não ama a ele mesmo primeiramente, sem amor próprio a paixão doentia impera e liquida qualquer chance de felicidade do casal. O romance vem do amor, que é a evolução da paixão e, neste é que se encontra a verdadeira felicidade.
Quem bate esquece, quem apanha sempre lembra. O ditado popular é aplicado para um ser apaixonado, que custa a se recuperar de um abandono inesperado para ele, mas bem avisado para o universo. O término transforma o portador da apaixonite em uma criatura trevosa, que só se recupera totalmente com muito amor por ele mesmo e futuramente com uma nova e mais forte paixão, só que dessa vez de uma forma mais madura. Até a paixão pode ser mais madura a partir do momento que se é considerado toda a grandeza do mundo, que não só existem os dois seres apaixonados.
Em nossa sociedade, o dono da ardência vital é visto com inveja e desprezo pelos seres endurecidos e amargos, partes constituintes da máfia dos medrosos vigentes. Enquanto este ser luminoso, disseminador da alegria de viver não for exterminado em sua essência, arrastado para o lado dos descrentes e desiludidos, a sociedade humana não irá se satisfazer. O ser apaixonado é perigoso para os poderosos de nosso mundo, pois este não pode ser uma marionete na mão de tutores da covardia e da injustiça.
Triste do ser que não tem paixão em sua vida, pois este é só mais um dos reles bonequinhos da discórdia dos mal-amados. Paixão é o que falta na vida cinza, dantes só baseada no falso brilho da matéria. O sentimento ardente é o pré-amor incondicional, é a semente que quando germina leva a uma seleta casta de espíritos sem loucuras desnecessárias, comungadores da simplicidade e beleza de um leve sorriso.
A verdadeira liberdade é viver na paixão, só ela é a real abertura para o alcance de um algo mais. Uma pessoa só é feliz de verdade se sente o peito arder e não corre para expulsar este sentimento. A escolha pela paixão não é só pelo orgasmo e sim, pelo sentido da vida; que é o coração batendo alucinadamente sem medo de ser feliz.
O medo é próprio dos seres machucados, já portadores de uma muralha lotada de guerreiros sem rostos, que atacam ao menor sinal de paixão. A paixão realmente assusta, mas quando vivida em sua essência, é dada a oportunidade de se conhecer o amor essencial.
. Livre-se da solidão e adentre o mundo dos românticos, dos seres amados e amantes, da felicidade plena. O equilíbrio do universo só é estabelecido pela recusa do receio e do investimento no amor. A querência pode ocasionar a cruel carência, só o novo da paixão pode afastar a essa negatividade e trazer a tona todo potencial espiritual e físico, antes esquecidos.
Só se é derrotado na paixão quem investe somente no outro, esquecendo-se de evoluir em conjunto, de investir em si próprio. Insano não é viver a paixão, mas sim, fugir de seu convívio. Adeus covardia seja bem vinda louca paixão.


MARCELO G. DOS SANTOS
PAIXÃO, GOL & ROCK N’ROLL
BH, 03/06/2003

texto 10/06/2003

A falsidade enamorada

O dia 12 de junho está próximo, as lojas estão cheias de “pombinhos” buscando demonstrar todo seu amor através de ursinhos de pelúcia, pares de brincos, roupas, um cavalo ou um carro. Os pseudo-enamorados em questão, podem ter traído seus companheiros o ano inteiro, mas se for dado o presente certo fica tudo esquecido, o bem material sobrepõe a dor da traição, pelo menos se fingi! Os namoros de hoje em dia, são baseados, na maioria das vezes, na acomodação. O casal se atura por medo de encarar a realidade, solitários.
O amor foi renegado e seja bem-vindo ao mundo da hipocrisia, da maldição. Veja as propagandas do Dia dos Namorados; pessoas cheias de sorrisos e abraços para atrair compradores para suas besteirinhas fúteis. Os verdadeiros presentes não estão sendo dados, que são: confiança, fidelidade, carinho, respeito e aceitação, aliados da busca verdadeira pelo amor. Nos dias vigentes, o que temos são reuniões de relacionamentos mentirosos que determinam a comodidade como ponto de partida e o medo como sentimento soberano.
Quem ama de verdade não precisa estar provando em um dia tão comercial, tem que viver todos os dias como verdadeiros Dias dos Namorados. Pobre de quem acredita na mídia e na sociedade, se esquecendo do que está pronto para arder dentro do coração. Muitos seres vivem muito mais as ilusões passadas na televisão do que correm atrás de suas próprias experiências. Só tem história para contar quem se arrisca e não dá ouvidos as aves de rapina, que ficam na espreita de sua desgraça pessoal.
Um relacionamento amoroso se traduz em gozoso, somente quando, os envolvidos deixam de se espelhar nos outros, iniciam sua própria caminhada e afastam os fantasmas do passado. A decepção é a arma das ilusões para tomarem conta de nossas vidas. A vida não é nenhum conto de fadas, tudo o que temos, maléfico ou benéfico, é por nosso próprio merecimento, por nossa irrestrita construção. Diversos apaixonados estão a chorar o amor pedido, mas devem se recompor e sorrir para atrair o verdadeiro amor, que não se baseia em dor, e sim, em alegria.
Viva seu amor livremente, se esqueça das besteiras alheias, entregue-se de corpo e de espírito. Seja namorado, enamorado, amigo, companheiro e amante, nunca deixe de lado um destes casos, complete-se a cada dia, bebendo na fonte do amar, a mais rica em sabedoria. Ame sem o penoso medo de abrir o coração novamente para a força do amor. Limpe sua aura com o sentimento de luz, siga a elipse do amor não da matéria. Amar é se achar, namorar e ser feliz, afastar-se da perdição, chegando mais perto de todos seus ideais.
Namorar é abrir mão e não se arrepender. É chorar, mas consolar. É viver e deixar viver. É sofrer e esquecer. É perdoar e logo estender a mão. É beijar não só com os lábios e sim com alma. É desejar e ser desejado. É gozar não só com o sexo, mas com o dia-a-dia. É amar, cada dia mais amar, sendo sempre mais amado. É crer e nunca esquecer. É chamar e ser ouvido. É conversar e ser entendido. É corresponder e ser correspondido. É gostar do simples, mas encarar o complicado É sintonizar-se com o divino da vida. É aceitar sem forçar. É incentivar e não cobrar. É mudar para melhorar. É sentir e não fugir. É viver constantemente uma mutável troca, que sempre refaz o caminho para o encontro da real felicidade.

MARCELO G. DOS SANTOS
PAIUXÃO, GOL & ROCK N’ROLL
BH, 10/06/2003

texto 18/06/2003

Amanhã vai ser outro dia...

Como já dizia o Mestre Chico Buarque de Hollanda: “Apesar de você, amanhã a de ser outro dia”. Sempre existirá o dia posterior, independente de estarmos lá para vivermos velhos ou novos desafios, tudo depende da vontade divina. Todos temos que prosseguir nosso caminho, por mais que o sol parou de brilhar em nossa terra astral, a caminhada não pode ser deixada de lado. O passado é um estado imutável e conseqüentemente nada evolutivo para ser vivido novamente no presente. A vida é muito curta para fingirmos viver, baseados somente em lembranças e suspiros.
Os sonhos são um estado pertinente, mas estes não podem sobrepor a realidade. Idealizar é importante, mas o que realmente vale é a ação. Não adianta montar um mundo de felicidade só dentro de sua cabeça, tem de colocá-lo em prática, vigente para mudar a realidade opressora. A ação só deve sair em movimento com a consciência e o sentimento maduros, sabendo-se que o segredo da felicidade está no elo sacramental entre a razão e a emoção.
Vivemos uma determinante fase em nossa vida em que acreditamos que a vida é composta só de loucas emoções; sexo, drogas & rock n`roll. Nos esquecemos da razão e saímos por aí, desvairados, catando falsas paixões em cada flash. Mas aí, nos dizemos evoluídos, deixamos para lá as emoções e levantamos a bandeirinha dos doutrinados falso-maduros. Os dois casos devem ser somente fases, ninguém vive só na emoção ou só na razão. Como já disse: a verdade da ópera é o casamento entre as duas; que é o único relacionamento que resulta em perfeição de atitudes. O radicalismo é o ponto de descontrole que nos afasta de nosso verdadeiro caminho.
O sol vai voltar a brilhar amanhã, mas tomará que vençamos todas as nossas trevas e assim consigamos admirar toda a beleza e paz dos raios de luz. Renato Russo ilustrava bem o pensamento que devemos ter todos os dias de nossas vidas, em sua música lançada recentemente: “Quem acredita sempre alcança”. Sem otimismo somos marionetes nas mãos dos que querem ver-nos afundados na lama.
A essência da vida está na simplicidade, quando fazemos as coisas dessa maneira alcançamos êxitos cada vez mais elevados. Ser simples é ser espontâneo, é seguir a voz do coração, é chutar as indecisões e abraçar a alegria.
Cada vez mais nos dias de hoje, as pessoas iniciam relacionamentos de quaisquer gêneros de forma complicada, já se perguntando quanto tempo vai durar. Baseando-se no medo e na indecisão, nada na vida perdura. Imagina um relacionamento amoroso, uma amizade ou uma relação profissional. O receio do término é o nunca começar verdadeiramente. Em tudo na vida, deve-se investir corpo e alma nos momentos, pois os momentos são o ponto de partida e o ponto de chegada de qualquer relação.
Não adianta sofrer por antecedência ou por retardo, o que vale é o agora, o que for para acontecer vai acontecer, deixe rolar e aproveite o que vier de alegria e ensinamento. Entrar em paz anterior e abrir uma janela para o amor é dar uma bela chance para o amanhã realmente ser outro dia, bebendo na fonte do real deleite em uma vida cheia de armadilhas tentadoras.
Casos vêm, casos vão, mas, o amor ainda vive ardendo dentro dos corações, por mais que estes possam parecer gélidos, uma força que nem a própria natureza consegue controlar bate alucinadamente.
Dentre paredes de mágoas, decepções, ódios e amarguras; quem irá sempre prevalecer é o sentimento divino. Este que transforma até almas atormentadas em espíritos de luminosidade intensa. Não desista nunca, dê uma chance para o novo, da novidade renasce a alma, pois, amanhã vai ser outro dia...




MARCELO G. DOS SANTOS
PAIXÃO, GOL & ROCK N´ROLL
BH, 18/06/2003

texto 18/08/2003

Chega a hora de virar a página

É inútil tentar fazer uma dor passar em um copo de bebida, em um alucinógeno, em trabalhos multi, no louco abraçar o mundo. Uma desilusão só é superada com a abertura para o novo. A novidade tem a capacidade de guardar o bom do passado e sobressair sobre seus condenados traumas.
Todos se fecham depois de decepções, ainda mais amorosas, mas depois se vê o tempo que se perdeu entre lágrimas e garrafas de cachaça. Abrir a porta para as oportunidades recém-nascidas é comungar com a natureza, pois nada é por acaso, o que acabou realmente tinha que se extinguir, para dar passagem a algo mais precioso, compensador e maduro.
Ninguém é feliz sozinho, menos ainda amargurado, vivendo de lembranças, com medo de encarar o mundo. A solidão é fruto de nossa covardia em buscar novas emoções, em renovar o ser e abrir alas a novas pessoas e sentimentos mais luminosos.
A lua nunca é igual e é extremamente fascinante, temos que mudar, que galgar novos caminhos, mas sempre se lembrando de sermos nós mesmos, conservando nossa essência. A alegria é a chave que abre nosso coração, ela se encontra nas pequenas coisas, no dia-a-dia, basta ter ternura e humildade para faze-la adentrar o espírito. Deus não nos coloca na terra para sermos infeliz, e sim, nos coloca a prova, para merecermos cada sorriso e lágrima vividos.
O amor próprio é o impulso para se sair da lama das mágoas e desilusões, ninguém consegue amar alguém sem amar a si mesmo, sós não conseguimos nada na vida. Temos que usar o perdão como objeto de uso diário e, primeiramente temos que nos perdoar para posteriormente perdoarmos os que nos ofendem ou ofenderam.
Nossa vida é escrita em um livro mágico, mas só podemos escrever a partir de hoje, não podemos reescrever as páginas passadas, estas são ensinamentos para não cometermos os mesmos erros de outrem. O segredo de virar as páginas e continuar a escrevinhar nossos dias é ter fé em Deus, em si mesmo e na vida, nada é permanente e sempre irá haver um novo amanhecer.
Mesmo que se passem vários dias de tempestade o sol vai retornar algum dia. O brilho está em nosso coração, basta olhar as oportunidades que nos são oferecidas a cada momento. Os momentos são a essência da vida, arrisque-se e encontrará os potes de mel que a maioria da humanidade tem receio em batalhar e encontrar.
Quantas pessoas perdem dádivas divinas por estarem muito tristes, por pena de si mesmo e, não abrem os olhos para uma oportunidade única que está a bater carinhosamente a sua porta. Toda lágrima derramada em lamentos de dor, um dia será esquecida por um sorriso ou beijo terno de uma pessoa que você nem imaginava que possuía este poder.
Os sábios são os que não ficam ansiosos por encontrar a felicidade, simplesmente acreditam em sua existência e preparam a alma com muito trabalho para a sua chegada. O novo é sempre melhor do que o passado, pois ele realmente existe e o que aconteceu no ontem não respira mais, se esvaiu para dar a vida a sentimentos mais verdadeiros.
Um ser apaixonado pode se libertar ou se aprisionar com o poder do sentimento. A liberdade plena está na evolução da paixão, no amor total, ele libera a alma de suas mazelas, podendo novamente voar em planos celestiais mais luminosos. A paixão evoluída é uma fênix que nunca nasce no mesmo lugar e da mesma forma, precisa de novos ninhos para renascer das cinzas e fazer novamente brilhar o grande pássaro de fogo.



MARCELO G. DOS SANTOS
PAIXÃO, GOL & ROCK N’ROLL
BH, 18/08/2003

poema 02/12/2003

À flor da pele


Sinto com furor a brisa do fim do entardecer
Lamento a navegada do Porto Seguro
Sacudo a poeira da agenda de telefones
Faço dueto com os pássaros no triste canto do princípio das manhãs

Esqueço como é o dormir e o despertar
Evito a luminosidade das flores
Esbarro nos mendigos e peço um abraço amigo
Ando passos sem rumo em direção a imensidão sem chegada

Valorizo o real e me perco no ilusório
Rio sem sorrir, sinto precisando tocar
Admiro e sofro com casais enamorados
Socializo minhas lágrimas

Arrebento a corda que sustenta a voz da emoção
Tranco a porta que guarda as lembranças
Brigo com o tempo que lembra e faz esperar
Grito palavrões com a decepção ao luar

Cerco-me com grades de desilusão
Espanco com palavras e defendo com rosas
Suicido a lógica e renasço no absurdo
Clamo por força e creio no poder do coração




MARCELO G. DOS SANTOS
PAIXÃO, GOL & ROCK N´ROLL
BH, 02/12/2003

poema 11/12/2003

Luz progressista


Abro as portas para o divino
Sinto o poder da paixão saciar meu alento
Vejo a luz radiante que emana de meu espírito

As palavras saem ternas e objetivas
A névoa da noite não mais oprime
As manhãs passam a nascer como a paz dos bebês

Observo pelos olhos da tranqüilidade
Sintonizo ondas evolutivas do cosmo
Creio nos pequenos milagres do dia-a-dia

As amizades entram em estágio de seleção
Faço loucuras fascinantes com o brilho do luar
Respiro a mais fugaz essência das rosas

Absorvo o carinho e liberto o temor
Esqueço as dores e perdôo as injurias
Vario o trato e distraio a rotina

Resgato o sorriso da infância
Entendo o mistério dos beija-flores
Percebo a progressão do amar ofuscar a incerteza do viver




MARCELO G. DOS SANTOS
PAIXÃO, GOL & ROCK N’ROLL
BH, 11/12/03

poema 16/12/2003

Reflexão XXI

O visual cega o real
A vaidade prevalece ao perdão
O caminho fica difuso
As súplicas são mudas

O cordial não está vencendo o final
A carência se fortalece com tanta ausência
O caso vence ao acaso
O produto prevalece sobre a doação

O pensamento afunda-se em recifes de impurezas
Trinca-se o mármore das colunas do respeito
A dança da solidão saturou o néctar do coração
O mistério da paixão foi atropelado por uma falsa emoção


Carinhos só são lembrados no ato da demissão dos sonhos
A paz vira peça rara de museu
Castanholas passam a ser somente sons exóticos
A fraqueza é a arma dos pseudoguerreiros

A humildade é ofuscada pelo usual brilho da fama
A transparência é condenada e a hipocrisia celebrada
Momentos são possuídos por futilidades
A luz ofusca-se perante o lumiar da vibração

O romance é extinto em favor da revolução de falsidade
A alma é manchada com atitudes puramente egoístas
A loucura do êxtase detona o caráter
A simplicidade do amor se perde na complicação do temor

MARCELO G. DOS SANTOS
PAIXÃO, GOL & ROCK N’ROLL
BH, 16/12/03

poema 23/12/2003

Verdadeiro Presente de Natal


Abro a janela vejo o espírito natalino adentrar
A porta se escancara lá vem o batalhão para devorar
A árvore está torta, sobrecarregada de embrulhos sem vida

A cultura consumista está dominando a festa popular
A revolta é guardada para o depois do voar da rolha
Sentimentos puros são falados, mas não verdadeiramente sentidos

Somente crianças enxergam o bailar dos anjos
Olhares mesquinhos ficam na ânsia para pular em cima dos pacotes coloridos
Até a coxa maior de peru é alvo de disputas

A superficialidade é vendida e louvada
A hipocrisia é brindada e a paz é perdida
Abraços obrigados são trocados sem sintonia com a manjedoura

O amor deixa de ser o brilho da festa para ser alvo de piadas maldosas
A ternura da doação é confundida com a dúvida de qual cartão de crédito usar
A pureza do bom velhinho é substituída pela decepção do não ganho da calça da moda

A consideração não é comprada no shopping, por esta, é excluída de sua própria celebração
Esquece-se que o presente mais valoroso é o carinho incondicional
Dão-se mimos que o maior capital alcança e deixa-se de entregar o coração como real donativo


MARCELO G. DOS SANTOS
PAIXÃO, GOL & ROCK N’ROLL
BH, 23/12/2003

poema 02/01/2004

Todo dia é dia de ano novo...


Anos vão, corações ficam
Lembranças sobrevivem, promessas são lançadas
Histórias amadurecem e estórias padecem
Riquezas são descobertas e revoluções são travadas

Rosas nascem e espinhos caem
O sol nasce como em qualquer dia de feira
A lua fascina como nos anos passados
Santidades são evocadas e pedidos são clamados

O aprendizado se desenvolve com o cutucar do punhal
O momento de mudança é eterno, não restrito
Passados são aprendizados freqüentes, não isolados
Carências se fortalecem e dominam a oratória

Arrepender-se é desnecessário, o caminho é o recomeço na luz
Sentimentos se manifestam em seqüência, não em fogos de artifício
A taça de champanhe pode ser apreciada em todos os instantes de nossos suspiros
A vida deve ser nova a cada amanhecer, não em uma contagem regressiva




MARCELO G. DOS SANTOS
PAIXÃO, GOL & ROCK N’ROLL
BH, 02/01/2004

poema 07/01/2004

Combata a ira com o amor



O ódio tira a liberdade de se acarinhar
A mágoa é inimiga da doçura
A dor é aliada da ofensa

O carinho tem seu brilho próprio, não necessita de luminosos
A clemência é a arma dos seres combativos na evolução
Só se obtêm clarividência sem a eterna névoa da revolta

O caos se alimenta do desequilíbrio dia-a-dia
Só brilha o espírito que sabe perdoar e esquecer
A saudade tem que ser pura, não irresponsável e violenta

A carência deve ser combatida em seu início, antes que as trevas dominem o íntimo
Uma guerra é um jogo infeliz de quem possui mais poder para fazer sofrer
A plenitude do amar supera qualquer partidário da ira

Só sucumbe-se a lágrimas de arrependimento quem não ouviu a voz do coração
O esclarecimento é gratuito, já a ignorância é bastante cara
Um real guerreiro não derrama sangue, difunde a beleza das rosas






MARCELO G. DOS SANTOS
PAIXÃO, GOL & ROCK N’ROLL
BH, 07/01/2004

poema 13/01/2004

Pelo deleite de seu néctar



Respiro sua essência em um doce aceno
Capturo o sonho através de seus olhos
Sinto-me mais ser com sua ternura

Ramifico minhas iniciativas para desfrutar de seu sorriso
Estabeleço metas, vidrado em seu gingado
Caço vaga-lumes para abrilhantar nosso jantar

Bloqueio estradas só para nossa caravana passar
Crucifico falsos santos e santifico demônios injustiçados
Resgato a boemia da madrugada e a beleza do amanhecer

Rasgo tratados racionais e assino o gesso da paixão
Conspiro contra a hipocrisia e elejo a lealdade
Retardo finais e aumento inícios

Aliso o crespo das madeixas do amar
Sangro a infelicidade e beijo o romance
Abandono o receio e aceito o almejado devaneio



MARCELO G. DOS SANTOS
PAIXÃO, GOL & ROCK N’ROLL
BH, 13/01/2004


poema 20/01/2004

Jóia Rara
Valiosa Possessão


Seu olhar coube sutilmente em meus sonhos
Sua lágrima esperançosa encontrou meu sorriso
Seus passos adentraram a sala principal de um coração rendido

Minha paixão achou moradia em teu molejo
Meu samba desfilou satisfeito ao som de teu enredo
Minha alma voa satisfeita em sintonia com a tua

Seu brilho afundou o navio fantasma das desilusões
Sua rara beleza fez meu mundo voltar a girar
Seus beijos decretam a conquista de povos e a libertação de espíritos

Seu retrato de tão vivo quase me abraça
Seus lábios carnudos derramam o néctar que desperta inveja até em Afrodite
Seu poder fascina e gera euforia

Meu pensamento conquistou a alforria com teu louco amar
Meu sexo clama por teus carinhos preciosos e precisos
Minha felicidade fica a disposição com tuas declarações apaixonadas

Seu mel é mais valioso do que o mais caro dos rubis
Sua pele morena bronzeou meu dia-a-dia sem graça
Sua pureza faz de nossos momentos gotas douradas de satisfação






marcelo g . dos santos
paixão, gol & rock n’roll
bh, 20/01/2004

poema 29/01/2004

Além do visual e do usual



Escravo monetário, vê somente as trevas da madrugada
Pessoa fútil, valorização do brilho do corpo e fuga da luz da alma
Sabedoria inventiva, contradiz a essência de sua própria essência
Sorrisos freqüentes, esconderijo de dores ancestrais
Rotina ferrenha, fuga constante de uma pessoa atormentada

Galanteios exagerados, póstuma vontade de aceitação
Retratos falados, superficialidade de uma infeliz invenção
Julgamentos cruéis, hipocrisia de quem inveja o que nunca irá conseguir
Cenas de novela, arte que imita a vida que só é vendida e não vivida
Feridas escondidas, graves buracos que não cicatrizam sem amor

Tempestades provocadas, só a natureza tem o verdadeiro dom da improvisação
Coragens construídas, desabam com um lampejo de verdade
Ternura comercial, sentimento frio que esconde um real sentimento de dominação
Beijos gratuitos, cobrados com a violência da ausência
Paixão sem compromisso, que machuca no tocar e mata no abandonar



MARCELO G. DOS SANTOS
PAIXÃO, GOL & ROCK N’ROLL
BH, 29/01/2004

poema 05/02/2004

Pura mágica...


O magnetismo se rende a ternura
Um beijo modifica os horrores
Uma criança amansa corações

Animais ficam hipnotizados com a beleza das rosas
O sabor requintado do amor doma a indigestão da desilusão
O romance liquida o lamento da rotina

Cenários são inventados com o poder de um orgasmo
Legiões são dominadas pelo brilho de um olhar
O coração opera a ineficiência da razão

Carências são curadas com o incentivo do companheirismo
Talentos ressurgem com o toque da melodia da paixão
Guerras são vencidas pelo ato de humildade

Ganâncias são extintas pela força da segurança emocional
O carinho remove feridas e elabora objetivos
A fidelidade constitui ternas e constantes vitórias


MARCELO G. DOS SANTOS
PAIXÃO, GOL & ROCK N’ROLL
BH, 05/02/2004

poema 10/02/2004

Limite para o desespero


Beija a moça e adentra o medo
A rotina bate à porta do quarto do agora ameaçado prazer
Luta-se para o doce deleite tem-se a desilusão do oposto

Bebe cachaça e sente gosto de sangue
Riu da desgraça e caiu em trapaça
Prova o orgasmo e cospe o sentimento

Opina sobre todos os poderes e não tem poder nem sobre si mesmo
Critica o choro enquanto um rio de lágrimas transborda no peito
O amor perde seu espaço pra o lado cruel do instinto

A covardia tem mais espaço que o ato de entrega
A banalidade supera a força mágica da cultura
A criança não pode mais brincar na inocência

O carnaval é mais fundamental que os outros amanhãs
O ser humano se transformou em uma ilha cercada de mágoas
Um apaixonado passa a ser artigo de museu




MARCELO G. DOS SANTOS
PAIXÃO, GOL & ROCK N’ROLL
BH, 10/02/2004

poema 01/03/2004

Paixão
Caminho sem limites e sem destino


Começa inconseqüente e vira delinqüente
Resgata a brincadeira de roda da infância
Não se sabe para que lado fica a constância

Faz besteiras e almeja beijos
Guarda segredos em cofres impenetráveis
Traz o carinho beirando o medo

Contempla a beleza da amada com aflição
Perdoa erros com ardência pelos acertos
Cava túmulos com intenso tesão

Sorri sem precisão de análise
Gemidos aliviados de prazer sem necessidade do orgasmo
Dá a mão ao diabo confiando na regeneração de suas asas

Embriaga–se de desejos e enterra a depressão
Laça um touro bravo e apanha de um beija-flor
Sacia vontades e abra alas para decepções

Mata por sentimentos e morre por extravagâncias
Esquece o ridículo e aprende o improviso
Amanhece a felicidade e anoitece o risco


MARCELO G. DOS SANTOS
PAIXÃO, GOL & ROCK N’ROLL
BH, 01/03/2004

poema 09/03/2004

Alienação e alucinação


Chora a desgraça e mata por cachaça
Visita o amigo e nega abrigo
Reclama de preço e vive no tropeço

Cala por preguiça e enlouquece por cobiça
Reina no mundo dos conformados e cobra os atormentados
Persegue os crentes e deita com o manto dos indigentes

Sorri no abandono e chuta o cachorro sem dono
Beija os lábios da corrupção e grita contra os poderes da comunhão
Baba por piranhas e acha-se o mestre das artimanhas

Revoluciona a chatice e esquece a meiguice
Aquece corações gélidos e nega sentimentos sólidos
Cumprimenta a hipocrisia e destrata a poesia

Morde os felinos e mia para os caninos
Conserva falsos valores e diverte-se no domínio dos horrores
Cai em tentações e não eleva as puras emoções

Não batalha pelo carinho e sucumbe sozinho
Amedronta almas penadas e foge de belezas despidas
Aliena o guerreiro e alucina o obreiro


MARCELO G. DOS SANTOS
PAIXÃO, GOL & ROCK N’ROLL
BH, 09/03/2004

poema 16/03/2004

Desequilíbrio Social


O filho chora o pai faz chorar
O trabalhador batalha e o empregador cada vez mais canalha
O professor tenta e o estado o arrebenta

A esperança da criança se perde no cano de um revólver
O carinho se esvai assistindo a chacina
A oficina de sonhos dá passagem a fábrica de lágrimas

A rotina profissional fica perdida nos passos cada vez mais desanimados
O destempero toma conta de uma vida sem feijão tropeiro
Banalidades cortam uma alma já esfacelada

A escassa caridade respira amparada por pequenos sopros
A crueldade faz escola para seres ainda mais frágeis
O beijo é abandonado por um falso desejo

A carência desgasta muros construídos na consumida segurança
Nobres comem caviar nas costas dos flagelados
O afago pede demissão por tanta desilusão

As promessas geram o caos no mundo das ilusões
A rebelião das sensações adormecidas luta contra os dominadores
A felicidade do povo está trancada nos cofres dos corruptos




MARCELO G. DOS SANTOS
PAIXÃO, GOL & ROCK N’ROLL
BH, 16/03/2004

poema 24/03/2004

O valor de um grande amor

A agressividade perde seu espaço para a bondade
A verdade só prevalece em um coração em prece
A crença opera sobre a agonia da doença

A intensa dor é superada pela rendição do temor
Cálices de nova chance são servidos no banquete do romance
A sintonia mostra a inoperância da idolatria

O delírio do encontro sustenta a morada ruída pelo desencontro
A abertura da alma equilibra as forças e acalma
O sorriso espontâneo dá adeus ao medo momentâneo

A evolução perdoa a loucura da emoção
A onda de prazer varre uma praia ansiosa por um entardecer
A glória atinge o topo em uma época de sufoco

O obscuro cria luz de um carinho que seduz
O limite do sentimento não dá tempo de discernimento
As vibrações positivas fazem guerrilha contra as negativas

Caminhos são desenhados com o destino de consagrados
A ligação do bem traz à aldeia a reflexão que encadeia
A paixão renasce no templo da compaixão

A ciência se rende ao poder da inocência
O fundamental passa a ser uma educação sentimental
As expressões são mais fortes que as incompletas sensações

Valoriza-se a matéria, a felicidade não é séria
Calos sangrentos são sarados por beijos rebentos
A criatura se transforma em criador no momento de um grande amor

MARCELO G. DOS SANTOS
PAIXÃO, GOL & ROCK N’ROLL
BH, 24/03/2004

poema 06/04/2004

Dias de desamor


O medo se alia ao segredo
O carinho batalha sozinho
O trauma vence a calma

A carência domina uma eterna adolescência
O solitário faz promessas no santuário
A vitória passa a ser uma falsa glória

O conflito é rotina no mundo aflito
O sofrido liquida o irmão agredido
O desejo vira um fraco latejo

A luz não se traduz
O revolucionário é visto como otário
O coração clama por uma revolução

A corrente não atormenta o delinqüente
A ternura vira objeto de literatura
As cantigas ficam sós nas páginas antigas

O obreiro fica sem terreiro
A paz é algo que jaz
A dor toma o lugar do amor

Homenagem ao poeta do amor no cotidiano: Cazuza – 04/04/1958

MARCELO G. DOS SANTOS
PAIXÃO, GOL & ROCK N’ROLL
BH, 06/04/2004

poema 15/04/2004

Asas da injustiça


A esperança esvai no esgoto da lembrança
O perigo é um doce para o inimigo
O sagrado é pisado pelo safado

A intolerância reina com o alimento de sua substância
O segredo cada vez mais vira rochedo
A doçura é suspensa pela linha dura

O preconceito cativa o suspeito
O sacrilégio é privilégio
A rotina incentiva a chacina

A tentação domina o coração
O egoísmo ganha com o pessimismo
A meninice é julgada pieguice

O ideal morre com o falso desejo jovial
A beleza é uma ilusória certeza
O romântico é semântico

A violência elimina a concorrência
A cadeia é uma faculdade cheia
A saudade voa encobrindo a vontade


MARCELO G. DOS SANTOS
PAIXÃO, GOL & ROCK N’ROLL
BH, 15/04/2004

poema 12/05/2004

A sutileza da paixão...


Beija o romance
Fineza e relance
Agarra a chance

Divago o desejo
Procuro e revejo
Doçura e lampejo

Cria a expectativa
Esgota a tentativa
Tecla de pânico ativa

Venço o tormento
Evoluo o rebento
Destruo o lamento

Ignora o matemático
Cura o asmático
Esquece o lado prático

Espero na janela
Sinto cheiro de canela
Vem chegando Daniela



MARCELO G. DOS SANTOS
PAIXÃO, GOL & ROCK N’ROLL
BH, 12/05/2004

poema 13/05/2004

Viver é poetizar


Alimento a carícia
Paixão vindícia
Divulgo a delícia

Batalho a liberdade
O amor engana a idade
Como é dolorosa a saudade

Crio uma lenda
Abro o sutiã de renda
Liberto-me na doce fenda

Ressuscito na prosa
Carinha manhosa
Encanto-me com a formosura da rosa

Esqueço a tristeza
Avisto a certeza
Saboreio a beleza

Escrevo um dilema
Vivo um tema
Acordo poema


MARCELO G. DOS SANTOS
PAIXÃO, GOL & ROCK N’ROLL
BH, 13/05/2004

poema 12/11/2003

Morena que passa...


Levando pirraça
Cheira-me a cachaça
Objeto de minha caça

Satiriza o desejo
Acalma meu beijo
Renasce o passado sertanejo

Ofusca a essência das rosas
Namora a beleza do canto sabiá
Destina a vida à alucinação

Sacramenta o brincar do lado menino
Ferve o tesão e deságua o gozo
Faz brilhar a negritude dos tambores

Isola o pensamento para o entrelaçar de loucuras
Pára até o vento com um malicioso rebolado
Rivaliza com os raios de sol na missão do vermelhar

Incentiva o arquiteto do algo a mais
Confessa carência em um doce rabo de olho
Sufoca minha decepção e me faz voltar a respirar


MARCELO G. DOS SANTOS
PAIXÃO, GOL & ROCK N’ROLL
BH, 12/11/2003

poema 15/06/2004

Adolescência: Alienação


Abre a janela
Não repara na beleza que há nela
Rapa a panela

Chora por besteira
Não repara na sujeira
Relacionamentos só levantam poeira

O olhar brilha
O alcóol é uma trilha
Um suspiro já é pilha

O segredo arma
Nem terremoto alarma
Desconhecem a força do carma

A emoção da superfície prevalece
A razão padece
A revolta amanhece

A aparência domina
Perante desafios desamina
A beleza fascina

A paixão é fútil
Conselhos é inútil
Para lidar a malícia é útil

A ação é banal
O desejo é animal
Não sabem o que é moral



Paixão, Gol & Rock n’Roll
Marcelo G . dos Santos
BH, 15/06/2004

poema 29/07/2004

Olhar de desejo


Reflete a saudade
Alimenta a vontade
Revira a cidade

Busca o caso
É o obra do acaso
Esquece o atraso

Abre o romance
O coração ganha chance
A alegria é alcance

Magnifica a loucura
Criança sem cura
Pescoço de carne dura

Brinquedo de solitário
Carinha de otário
Torra o salário

Musical sem dança
Memória sem lembrança
Guerreiro sem lança

BH, 29/07/04
Paixão, Gol & Rock n’Roll
Marcelo G. Dos Santos

poema 08/08/2004

Partida sem chegada


A cerveja é arte que viceja
O sexo não reina em anexo
O trato não consta em contrato

A prostituta é zumbi e astuta
A saudade não escolhe idade
O sinal não escolhe final

O ator não finge o amor
A loucura muitas vezes é a cura
O beijo nem sempre é desejo

A rotina quebra o clima
O saudável não é estável
A beleza é exclusiva natureza

A morte para muitos é sorte
A depressão padece perante a ação
O combate é a mais eficaz arte


Marcelo G. Dos Santos
Paixão, Gol & Rock n’Roll
Bh, 08/08/2004

poema 09/08/2004

Saudade sem âncora


O amor é estampa de fino trato
Cruel sem contrato
Vive até em retrato


Perseguição ou tentação
Arte final em combustão
Reclama e judia do coração


Loucura em toada
Visão amordaçada
Fatura nunca liquidada


A solidão não é clima
O beijo é rima
A lembrança é assim


O pensamento é suspiro
Um olhar e aspiro
Na consiência eu retiro


Não sustenta o desejo
A vontade toca e fraquejo
Medo do adeus e revejo


Marcelo G dos Santos.
Paixão, Gol & Rock n’Roll
BH, 09 de Agosto de 2004.


poema 13/08/2004

Metamorfoses


Brinca com a vida fica sem saída
O valente se descobre inconseqüente
O medo deixa de ser segredo

A paixão vira decepção
O travesso namora o avesso
A morte deixa de ser corte

A herança vira vaga lembrança
O pensamento se transforma em sofrimento
O partir começa um repartir

O tumor abre um corredor
O preciso deixa indeciso
O sonho é corrompido pelo bisonho

A saudade supera a vontade
O será prevalece ao verá
A carência supera a ausência

Marcelo G. dos Santos
Paixão, Gol & Rock n´Roll
Campos dos Goitacazes, 13/08/2004

poema 24/08/2004

Mineirar, Cariocar

Terra da cachaça, mundo com pirraça
Amigos de fino trato, saudade no retrato
Carinho no pensamento, realidade em sofrimento
Sorriso espontâneo, alegria no subterrâneo

Reino da poesia, dias de hipocrisia
Música comovente, mau gosto latente
Caminhar que liberta, passos de chegada incerta
Viver com riso, atropelamento sem aviso

Visual de acaso, namoro com o descaso
Passarela da cultura, rituais de cavalgadura
Deleite em segredo, rotina do medo
Beijo em sossego, lamentação sem aconchego

Cuidado no toque, desleixo e choque
Sensualidade atrativa, libertinagem ativa
Navega em romance, compromisso não tem chance
O ar traz o sonho, o clima é enfadonho



MARCELO G. DOS SANTOS
PAIXÃO, GOL & ROCK N´ROLL
CAMPOS, 24 DE AGOSTO DE 2004

poema 08/09/2004

Contrastes Sociais


O rico desperdiça, o pobre revira a carniça
O rico ostenta, o pobre lamenta
O rico desfila, o pobre encara mais uma fila
O rico se delicia com o sorvete, o pobre entra no cacete

O rico engorda a conta do banco, o pobre rala como saltimbanco
O rico come caviar, o pobre nem lembra o que é jantar
O rico faz vários planos, o pobre sofre com uma vida cheia de enganos
O rico sai na coluna social, o pobre tem o corpo estirado na página policial

O rico fatura uma jóia, o pobre luta em uma guerra mais sangrenta do que a de tróia
O rico vive na paz do rendimento, o pobre cala a boca de fome do filho em tormento
O rico vive um sonho, o pobre vê a realidade tristonho
O rico nada na fortuna viciante, o pobre se afoga na miséria latejante

O rico superfatura o segredo, o pobre liquida em suaves prestações o seu medo
O rico afasta o carinho, o pobre foge sozinho
O rico engana a ferida, o pobre reza por um segundo de sorte na vida
O rico ignora a ternura, o pobre sucumbe perante a eterna tortura



Marcelo G. dos Santos
Paixão, Gol & Rock N´Roll
Campos dos Goitacazes/RJ, 08 de Setembro de 2004

poema 18/09/2004

O mar


O mar leva as mazelas embora
O mar joga as impurezas fora

O mar é parente do amor
O mar quebra a dor

O mar relaxa a alma
O mar é cura e calma

O mar é o renascer da pureza
O mar é luz e beleza

O mar preenche o abandono
O mar é um cachorro sem dono

O mar é a simplicidade
O mar é loucura e vontade

O mar fortalece a emoção
O mar é o atalho para o coração


Marcelo G. dos Santos
Paixão, Gol & Rock N´Roll
Campos dos Goitacazes, 18 de Setembro de 2004

poema 21/09/2004

Retratos da Sociedade


Leva o ofício a sério, a competência da firma é mistério
Luta pela bondade, não recebe uma gota de vontade
Batalha a justiça, é brecado pela cobiça

Sonha com a paz, vê a realidade incapaz
A ideologia é apaixonante, o descaso é aterrorizante
O coração rejeita o ritmo da vida, a solidão é a lida

O social está ausente, a vitória do demente
O certo gera desconforto, o mundo segue um rumo torto
A ignorância segue o balanço do rio, a chegada é um poço vazio

Chega a hora do louco, o proveito é pouco
Os operários fogem da construção, pergunta-se se há uma real salvação
O ser humano vive um profundo sono, destinado a um fim de abandono

A atitude é de planta, a inteligência de uma anta
A infelicidade é mandamento, é o carnaval do sofrimento
A delicadeza é de urso, a imbecilidade é digna de curso

Marcelo G. dos Santos
Paixão, Gol & Rock N´Roll
Campos dos Goitacazes, 21/09/2004

poema 15/04/2004

Sintonia...

O pássaro canta o amanhecer
O coração encontra o renascer
O morcego só vive o anoitecer

A paixão faz o romance
O sonho independe do alcance
O novo busca uma chance

A morte esclarece a vida
O ganância faz a bandida
O batalhador sorri na lida

O poeta adentra sua musa
O primitivo prova e abusa
As tribos vestem a blusa

O fútil se deslumbra com a realeza
O brilho do amar é verídica beleza
O espírito se renova na natureza

A esperança revive o amor
O negativo reencontra a dor
O beijo é a evolução plena do sabor


Paixão, Gol & Rock N’Roll
Marcelo G. Dos Santos
BH, 15/04/2004

poema 22/10/2004

Letras da Paixão

Escorre da caneta um beijo
Dê um traço e vicejo
A luz emana de suas palavras e eu vejo

Um bilhete aqueceseu coração
Um livro retrara sua emoção
O diário busca a sua emoção

A letra da música te faz imperatriz
A obra literária precisa de seu verniz
No meu roteiro de vida só existe uma atriz

Um rabisco é um progresso
Um rascunho ao seu lado vira sucesso
Um poema para o milagre é o acesso

Um verso carinhoso ainda é cedo
Um relato no caderno, um segredo
Uma declaração de amor é vencido o medo


Marcelo G. Dos Santos
Paixão, Gol & Rock N’Roll
BH, 22/10/2004

poema 05/11/2004

Batalhas da vida


Suor no primeiro passo
Na armadura um amasso
Juventude fora de compasso

Do sangue vem o desejo de glória
Na real uma paradoxa história
Uma consagração provisória

É duro o cabo da enxada
Viver não é uma relaxante pelada
Muitos ficam pela estrada

Amadurecer gera medo
Arotina não é segredo
A paz foi embora já cedo

A conta tira o sono
O desempergo alimenta um cachorro sem dono
A sensação é de total abandono

O guerreiro reverte a partida
O positivo encontra a saída
O preguiçoso leva um baile da vida


Marcelo G. Dos Santos
Paixão, Gol & Rock N’Roll
BH, 05/11/2004

poema 10/11/2004

Vertentes do Trabalho


Labuta e ainda é chamada de puta
Defende a natureza, protege a rara beleza
Faz música com os anjos, absorve os arranjos

Difunde o conhecimento soca um paredão de cimento
Opera ao acaso foge do lago raso
Busca tesão e colhe o evoluir da sensação

Inova o constituído e liberta o substituído
Renasce a esperança põe em evidência a criança
Liquida a ira e escreveu uma lira

Persegue o passado encontra um velho deitado
Absorve a experiência e cultiva a inocência
Tropeça no caminho e valoriza seu ninho

Constrói uma fortaleza vazia implora por companhia
Combatente do amor, imortalidade de dor
Despreza a essência sucumbe em demência



Marcelo G. Dos Santos
Paixão, Gol & Rock N’Roll
BH, 10 de Novembro de 2004

poema 19/11/2004 ll

Postura Zen


A paciência compensa a ausência
A revolta é um destino sem volta
A substância vence a ignorância

O pecado é esquecer do ser ao lado
O romance é a única chance
A rosa alimenta a prosa

A tranquilidade é a luz da vontade
A cachaça é vetor de pirraça
A emoção é a eletricidade do coração

O vazio é um turbulento rio
A postura independe de uma rica cultura
A evolução moral é fiel artifício contra o mal

O lar não é só o lugar do jantar
O conflito é a arma de um irmão aflito
As brigas decrescem as vidas



Marcelo G. Dos Santos
Paixão, Gol & Rock N’Roll
BH, 19/11/2004

poema 19/11/2004

Gotas de Verdade

A piedade é a arma contra a impetuosidade
A humildade beneficia bem mais do que a rivalidade
A tranquilidade é a luz que transforma a animosidade

A sociedade valoriza a banalidade
A caridade é a porta para a espiritualidade
A intimidade é uma sutil liberdade

A afinidade é uma irmã identidade
A bondade não é uma busca por santidade
A adversidade é um estágio para a luminosidade

A serenidade é a graduação máxima para felicidade
A solidariedade transcende a eternidade
A saudade não escolhe idade



Marcelo G. Dos Santos
Paixão, Gol & Rock N’Roll
Belo Horizonte, 19/11/2004

poema 29/11/2004

O império contra-ataca


O desmiolado é convocado
O fútil finge que é útil
O visual supera o causal

A moda dita o girar da roda
O ambiente é uma colônia para demente
A adolescência prevalece em uma existência

O acaso vira um desnecessário caso
A alma vive um constante trauma
O reinado do medo se esconde em um forte segredo

O botox é tão constante quanto o porrox
O futuro é uma vitrine em obscuro
O intelectual é mais um desequilibrado mental

O propício é um desleal comício
O preconceito é um câncer usado e aceito
A vida é um teatro de infame trato


Marcelo G. Dos Santos
Paixão, Gol & Rock N’Roll
BH, 29/11/2004

poema 20/12/2004

Um Natal sem Noel

Crianças se sustentam pelo malabarismo
Adultos dançam à beira do abismo
Um presente é natural forma de cinismo

O mercado negocia o sentimento
No meio da noite um dolorido tormento
As chuvas de verão não lavam as almas em sofrimento

Os jogos de amigo secreto são um convite à hipocrisia
Os brindes alimentam a burguesia
Acreditar nas promessas é teimosia

A família ceia gotas de compaixão em um mar de conflito
É chegada a época do aflito
Na amarga retrospectiva paro e reflito

A conspiração dá espaço a falsa emoção
O exagero é comum a ocasião
O brilho dos enfeites incentiva a ilusão

A lembrança é uma afiada lança
O natal só é puro no olhar da criança
O abraço fraterno ainda gera esperança


Marcelo G. Dos Santos
Paixão, Gol & Rock N’Roll
20/12/2004

poema 28/12/2004

Baila Morena...


Com sua roupa pequena
Com ar de serena
Com jeito de atena

Faça os homens entrarem em demência
Traz nas mulheres um desejo de não existência
Emane na humanidade uma louca transparência

Mate e renasça as agonias
Transforma a noite em alegorias
Alimente as mais insanas fantasias

Derrube reinados mentirosos
Deixe os amantes receiosos
Dá pilha aos invejosos

Brilha mais que o luar
Dá mais vida que o mar
Cause mais emoção que o cantar

Não esqueça de suas raízes
Da sua mágica somos aprendizes
Coloque a esperança no rosto dos infelizes



Marcelo G. Dos Santos
Paixão, Gol & Rock N’Roll
BH, 28/12/2004

poema 11/01/2005

Sexo e Grana


Goza um beijo comprado
Vê um futuro atolado
Suas carícias são um alvo roubado

A humanidade solta sua barbaridade
A prostituição não escolhe idade
A hipocrisia é a arma da sociedade

O inocente é pisado
O inconsequente é abusado
No coração só paira o sentimento de usado

As relações são doentes
Seu círculo é exclusivo de dementes
O presente é recheado de presenças ausentes

Seus descendentes são infiéis frutos
A vingança é uma falsa esperança de lucros
Seu desequilíbrio é combatido falsamente em cultos

Um trago é o único companheiro de fuga
Seus olhos já voam baixo para o compromisso que julga
Na flor da idade aparece uma eterna ruga


Marcelo G. Dos Santos
Paixão, Gol & Rock N’Roll
BH, 11/01/2005

poema 18/01/2005

Dia-a-Dia com a ignorância


Vêem-me por um insul-film e esquecem minha essência
Esquecem-se que personalidade não é uma fase da adolescência
Vivem uma mentira que não enxerga qualquer ciência

São defensores da futilidade
Pensam que se render é ato de maturidade
Pregam uma falsa solidariedade

Marcam com ferrão ao invés de usar o carinho
Amam com crueldade e me deixam sozinho
Sinto-me longe do meu verdadeiro ninho

Constroem uma muralha e reclamam sutileza
Não reparam no brilho da verdadeira beleza
Trapaceam no jogo que não requer esperteza

Julgam e geram tormento
São espíritos frágeis divulgando o lamento
Alinham-se com soldados da legião do sofrimento

Louvam o conflito e contrariam o sossego
Dificultam a comunicação e dissolvem o aconchego
Levantam a bandeira da hipocrisia do apego


Marcelo G. Dos Santos
Paixão, Gol & Rock N’Roll
BH, 18/01/2005

poema 28/01/2005

A síntese da alma poética

A harmonia é ditada em versos não em hipocrisia
A gênese do espírito está em uma doce poesia
Passar a vida sem romance é a maior heresia

O pôr-do-sol inspira o escolhido
A vibração das letras atinge o recolhido
Um beijo é um poema vivido

O cativante supera a rotina
A leitura alimenta mais que qualquer cantina
As lágrimas são companheiras em uma paradoxa sina

O pecado das rimas é o nascimento do fascínio
Nas madrugadas é componente do domínio
Deixada em velhos baús gera extermínio

O céu é ilustrado no inferno
Só na trova o amor é sempre constante e terno
A boemia transforma o momento em eterno

Sua pureza gera uma fiel liberdade
No ponto final se encontra a saudade
Sua essência faz vibrar corações de qualquer idade

Marcelo G. Dos Santos
Paixão, Gol & Rock N’Roll
BH, 28/01/2005

sábado, 9 de junho de 2007

poema 28/01/2005

A síntese da alma poética

A harmonia é ditada em versos não em hipocrisia
A gênese do espírito está em uma doce poesia
Passar a vida sem romance é a maior heresia

O pôr-do-sol inspira o escolhido
A vibração das letras atinge o recolhido
Um beijo é um poema vivido

O cativante supera a rotina
A leitura alimenta mais que qualquer cantina
As lágrimas são companheiras em uma paradoxa sina

O pecado das rimas é o nascimento do fascínio
Nas madrugadas é componente do domínio
Deixada em velhos baús gera extermínio

O céu é ilustrado no inferno
Só na trova o amor é sempre constante e terno
A boemia transforma o momento em eterno

Sua pureza gera uma fiel liberdade
No ponto final se encontra a saudade
Sua essência faz vibrar corações de qualquer idade

Marcelo G. Dos Santos
Paixão, Gol & Rock N’Roll
BH, 28/01/2005

poema 04/02/2005

Amor de carnaval


Beija um latejo
Sucumbe a uma desejo
Derrete com um beijo

Esquece o medo na purpurina
Desiste da triste sina
Seu passado escorre pela urina

O samba renasce a ardência
Na pista não existe falsa decência
Depois das biritas a corte pede clemência

Uma passada de mão leva ao paraíso
Quanto mais fogo menos juízo
A cantada vitoriosa requer improviso

Uma fantasia mata a saudade
Nesta festa vale o grito de liberdade
Um orgasmo encanta toda uma cidade

A brincadeira atinge a favela
O romance vira real e supera a novela
O gingado ilumina a morena mais bela


Marcelo G. Dos Santos
Paixão, Gol & Rock N’Roll
BH, 04/02/2005

poema 16/02/2005

O amor renova a vida


O carinho cega a espada
O amor perfeito é uma eterna estrada
A frieza é uma porta sempre fechada

A estrela só brilha para os preparados
A felicidade não é obtida por seres atrasados
Um romance é constítuido de corações alados

Sem coragem não há meios para se amar
No sangue brota o desejo de doar
No amor não há espaço para se jogar

O erro é transformado em trabalho
O beijo apaixonado fortalece qualquer galho
Na evolução da vida não há atalho

A dor é um grito de fortalecimento
Um inusitado brilho nos olhos cessa o sofrimento
A ternura abranda todo doloroso momento



Marcelo G. Dos Santos
Paixão, Gol & Rock N’Roll
BH, 16 de Fevereiro de 2005

poema 16/02/2005

Joguetes do destino


A paz é a real vitória e a guerra é uma ilusória glória
O sentimento generoso sempre bate em uma lado genioso
A mentira é uma arma que sempre atira

A morte é um lugar muito longe ou perto da sorte
O mal sempre se disfarça de um sedutor animal
O sorriso é um surreal aviso

A preguiça revira uma eterna carniça
A rotina sem paciência é uma mágoa sem clemência
A alma com maquiagem é um passageiro de uma infeliz viagem

O seguidor da caridade enfrenta o monstro egoísta da sociedade
A aposta no casual pode gerar o ganho desigual
O deleite da aventura transforma a vida em uma incomum cultura

O medo do romance deixa a felicidade longe do alcance
O reinado da hipocrisia assassina o verão e sua maresia
O divulgador do amor ofusca a força da dor



Marcelo G. Dos Santos
Paixão, Gol & Rock N’Roll
BH, 16/02/2005

poema 07/03/2005

A rosa mais bela da primavera...Mulher...


Mesmo na lama cuida da beleza
Seu olhar reflete a essência da natureza
Seu simples passar afasta a tristeza

Sua alma é de uma fiel guerreira
Das dádivas divinas é a herdeira
Nas horas certas sabe ser falsa ou verdadeira

Dos seus lábios emanam a mais viciante loucura
Só elas possuem o poder da soberana ternura
Seus quadris causam uma constante tontura

O pecado é seu íntimo amigo
Na sua presença pisca ardentemente um sinal de perigo
Nas suas asas sempre buscamos um caloroso abrigo

Seu dia é toda noite
No mercado de trabalho atua com o açoite
Sua pureza prevalece até no boite

Seu toque é inflamável
Seu espírito é instável
Seu paradoxo é sempre amável



Marcelo G. Dos Santos
Paixão, Gol & Rock N’Roll
BH, 07/03/2005

*Homenagem a um dos dias internacionais da mulher 08/03/2005

poema 09/07/2003

Alegro-me quando...
S.A

Seu leve toque me faz gozar
Seus beijos me fazem flutuar
Seus olhos passam a me vigiar
Seu cheiro em meu corpo está a exalar


A paixão enfurece e mata o medrar
A brisa da noite me faz te lembrar
A loucura me faz desistir de pensar
A revolução em peito está a se iniciar


Seu rosto faz do recinto um eterno brilhar
Sua alma adentra meu sono e deixa o lumiar
Saboreio seus gemidos em uma noite de luar
Sugo seu sexo e deixo minha língua a entrelaçar


Adentro seu íntimo sem controlar
Abraço seu corpo e sinto o esquentar
Abro meu coração e te coloco a morar
Abandono o imaturo ódio e abraço o teu amar









Subtraio a dor sem receio de tentar
Sinto seu chamego em dia de chorar
Sufoco a saudade em um simples acenar
Sossego minhas mãos em um doce afagar


Atinjo o êxtase sem limites de sonhar
Aplico o desejo no lugar do acovardar
Arrepio seus pêlos em instantes de libertar
Assalto seu coração sem probabilidade de entregar


Seus olhos passam a me vigiar
Sigo o vento e ele me leva a acreditar
Saio do adeus e recepciono o vivenciar
Suplico aos deuses e me entrego para recomeçar


Agito os mares só para te homenagear
Apago seu medo em momentos de vibrar
Assisto o futuro e te vejo a me acompanhar
Afasto a ilusão e adentro o universo do apaixonar




MARCELO G. DOS SANTOS
PAIXÃO, GOL & ROCK N’ROLL
BH, 09/07/2003

poema 01/10/2003

A brisa da manhã


Leva embora a dor da noite mal dormida
Trás de volta a esperança em um beijo de bom dia
Afasta a mágoa e levanta a moral do novo

Sufoca os inimigos da crença do incapaz
Inaugura o agir e sai do campo dos sonhar
Vence o medo e eleva ao pedestal a determinação

Tortura os amantes abandonados no ato da lembrança
Brinca com o orvalho e seduz os corações pedintes
Renasce o sol e resguarda o luar

Aprisiona a hipocrisia e liberta a nostalgia
Incentiva os interesseiros a amar sem cobrar
Reflete o brilho do sorrir e encoraja os perdidos no anoitecer

Toca o bico dos seios e refaz as sensações do copular
Cultua o desejo ardente pela sensualidade das rosas
Beija os lábios da paixão e revigora anseios

Eterniza a sintonia do amor com a natureza
Esclarece para os covardes os segredos sem limites
Mostra o gozo como primor de sacramento dos momentos



MARCELO G. DOS SANTOS
PAIXÃO, GOL & ROCK N’ROLL
01/10/2003

poema 09/10/2003

Vejo a moça...

Sacode minha alma com um leve acenar
Passa fazendo carnaval no meu coração de baile
Mexendo as cadeiras no ritmo do arder da paixão
Revoluciona o cinza da tarde com o brilho do seu olhar

Brinca com os cachos do cabelo incentivando fantasias molhadas
Apaixona os descrentes com seu calor subjetivo
Desfilando sensualidade em um simples sorrir
Satiriza os famintos, obstinados por suas ancas

A querer um momento singelo em um triste suspiro
Rasga falsos dogmas com o apontar dos seios
Fascinar o sol e alimentar o poder da lua
Insinua-se em meio de seres frígidos

Perdôo o passado de ofensas e embarco na presente satisfação
Esqueço o caminho e abraço o devaneio do vento
Cantarolo Vinícius e almejo o charme de Chico
Capricho no disfarce e falho com excitação

Castigo o vital e abro alas para a fugaz emoção
Rastreio a concorrência e sorrio com ar de líder
Galanteio com destreza e espero no topo da fila
Acordo do sonho assustado e me acalmo com o toque sutil do romance




MARCELO G. DOS SANTOS
PAIXÃO, GOL & ROCK N´R OLL
BH, 09/10/2003

poema 20/10/2003

Arquiteto do campo dos sonhos...


Engenha a doçura e liberta a amargura
Condiciona o viver em subjetivos versos
Ressuscita a coragem com o ímpeto das letras

Poetiza o beijo com a suavidade quase rara
Aterroriza os fiéis da covardia com o planar de uma pluma
Sangra no magoar e respira ao acordar

Criatividade sutil em momentos de desilusão
Emoção guerreira que contraria os falsos sábios
Tormento de um coração louco para a acertar e revolucionar

Rosto discreto na multidão, sobressai com um pensamento
Glorioso ser, enxerga a beleza das cores em dias de intenso cinza
Amante do clássico, namorado do profano

Fiel escudeiro do amar, ânsia pela consagração
Carcereiro das penas do desvairado vivenciar
Visionário do caminho da luz e da dor

Cadencia os afobados e incentiva os retardatários
Eterniza o olhar apaixonado e respeita o peito rasgado
Atira as aflições ao mar e retorna na correnteza do gozo novo


Ser poeta é amanhecer nos campos da injustiça e anoitecer nas baladas da alucinação

Homenagem ao dia do Poeta 20/10/2003


MARCELO G. DOS SANTOS
PAIXÃO, GOL & ROCK N’ROLL
BH, 20/10/2003

poema 24/11/2003





Amante...


Beija a boca
Deixas-te louca
Adeus à touca

Santifica o toque
Capricha o detalhe
Reinventa a cena

Escorre a essência
Esquece a decência
Aquece a carência

Mata a farsa
Desmistifica o prazer
Baila tango no inferno

















Busca o imaginável
Reacende os relâmpagos
Massacra o temor

Concentra a sorte
Reescreve o azar
Liberta o sentimento

Esbravejo de gozo
Paradoxo da lágrima
Evolução amorosa

Renascimento da estima
Vigília dos espasmos
Duelo por teus beijos





MARCELO G. DOS SANTOS
PAIXÃO, GOL & ROCK ‘N ROLL
BH, 24/11/2003

poema 30/06/2003

Por amar demais...


Matei o receio e vivi
Enganei a dor e esqueci
Eliminei o medo e evolui
Captei a alegria e descobri
Encontrei a luz e promovi

Vinguei as lágrimas e sorri
Roubei o coração e derreti
Chorei aos anjos e aprendi
Lamentei os desejos e fingi
Sacramentei a paixão e enlouqueci

Sonhei com você e existi
Clamei aos céus e resisti
Gozei demais e adormeci
Perdoei o ontem e sobressai
Penei no desespero e sucumbi

Dei rosas e recebi
Acordei no éden e parti
Esperei carinho e morri
Apostei no beijo e perdi
Procurei ao vento e ouvi

Busquei verdade e menti
Abusei da sorte e entristeci
Olhei em seus olhos e senti
Viajei na ansiedade e desisti
Adentrei o inferno e retrocedi

Cassei o passado e sofri
Tracei destinos e destruí
Julguei os sentidos e traí
Carreguei mágoas e agredi
Revolucionei meu ser e sacudi


Vivenciei paradoxos e insisti
Insuflei a lealdade e distribui
Preguei esperança e sobrevivi
Incentivei a coragem e discerni
Enfrentei seres trevosos e venci




MARCELO G. DOS SANTOS
PAIXÃO, GOL & ROCK N’ROLL
BH, 30/06/2003

poema 21/09/2003

Acreditar ou sucumbir...


Fugir da ação, zelo
Viver o momento, apelo
Desistir do romance, não creio
Lidar com o medo, segredo

Sugar a essência, veneno
Ouvir a paixão, é surdo
Calar o carinho, receio
Abrir a porta, espero

Virar a página, é certo
Olhar a longe, refúgio
Partilhar a dor, sincero
Esquecer o passado, eu quero

Surrar o amor, é sujo
Limpar a doença, é sério
Beijar o novo, concebe-lo
Adentrar o coração, mistério

Seguir a luz, necessito
Voltar o tempo, partido
Acreditar na paz, cultivo
Despachar as trevas, preciso





Sentir o arder, atrevido
Prever o futuro, é escuro
Mover as pedras, sentido
Aceitar a realidade, esquecido

Iludir do ser, prevejo
Vencer o mal, eu vejo
Ser o normal, fraquejo
Esperar o momento, beijo

Rumar ao mar, destino
Evoluir da lama, anseio
Acordar do letal, sedento
Sonhar na neblina, segredo

Perder a emoção, burro
Buscar o gritante, é mudo
Desvendar milagres, é turvo
Sucumbir em lágrimas, danoso




MARCELO G. DOS SANTOS
PAIXÃO, GOL & ROCK N’ROLL
BH, 21/09/2003

poema 18/09/2003

O anoitecer - o sonho - a paixão

Luzes da noite que evoluem o mistério
Fantasmas expulsos pelo sereno do amar
Suspiros libertando até os mais incrédulos
Cantar das cigarras pronunciam a chuva de satisfação

Corujas embriagadas comemorando o partir do sofrer
Brindes entrelaçados renovando a esperança
Gemidos no ar levando a orgasmos surreais
Lábios saboreando o íntimo

Cinzas se esvaindo na madrugada
Sopros da sinfônica atraindo a amada
Corações planando entre gotas de orvalho
Sonhos molhados interrompidos por um grito

Fagulhas de paixão cegando os descrentes
Espíritos iluminando os passos do romance
Morcegos ingênuos sugando almas covardes
Sentimentos insanos sendo aprimorados pelo luar

Renascimentos brilhando no néon dos edifícios inebriados
Loucuras e rodopios observados por um fugaz gato preto
Momentos e sensações milagrosas do viver sem limites
Damas-da-noite subvertendo emoções frígidas



MARCELO G. DOS SANTOS
PAIXÃO, GOL & ROCK N’ROLL
18/09/2003

poema 04/08/2003

O que realmente quero


Quero acordar de novo no sonho que vivi
Quero me liberar dos pesadelos que fazem chorar
Quero dizer adeus aos fantasmas que me atormentam

Quero libertar minha alma e esquecer a mágoa
Quero expulsar as trevas e adentrar o universo das luzes
Quero ter a coragem de tentar de novo, de novo e de novo

Quero dormir sem receio de não acordar
Quero acordar sem pavor de não conseguir mais dormir
Quero relaxar e buscar a essência no fundo de minha alma


Quero sacudir a vida e lembrar como é viver
Quero novamente acreditar que o mundo não é tão ruim
Quero sacramentar o romance e esquecer tudo o que sofri

Quero ajudar sem ter sido ajudado
Quero descobrir que querer é poder
Quero rezar e agradecer mais do que pedir

Quero sorrir sem fingir estar sorrindo
Quero esquecer o que me faz ser esquecido
Quero amar sem limites como nunca jamais amei e fui amado

Quero não mais viciar os viciáveis
Quero dizer as verdades sem machucar
Quero gozar sem me preocupar em correr

Quero ser sem medo de não mais ser
Quero vencer a desilusão pelo carinho
Quero menos ilusões em meu caminho

Quero sentir o nunca sentido
Quero a alegria sem me perder
Quero ser feliz e aceitar o morrer




MARCELO G. DOS SANTOS
PAIXÃO, GOL & ROCK N’ROLL
BH, 04/08/2003

poema 30/07/2003

Voz...

Voz da cidade, voz do sertão
Voz da fome, voz que dá o pão
Voz da sinceridade, voz em ação
Voz da criatividade, voz do refrão

Voz da paixão, voz da razão
Voz do gramado, voz do terrão
Voz do lumiar, voz na escuridão
Voz das palavras, voz da sensação

Voz divina, voz da tentação
Voz do carinho, voz na solidão
Voz da alma, voz da ressurreição
Voz de quem chora, voz da consolação

Voz do futuro, voz da situação
Voz jornalística, voz da comunhão
Voz que reclama, voz da satisfação
Voz que ataca, voz da comunicação

Voz da noite, voz da canção
Voz do amor, voz do coração
Voz da alegria, voz da lamentação
Voz da humildade, voz da consagração

Voz da justiça, voz do cidadão
Voz recente, voz da nova emoção
Voz contemporânea, voz de uma geração
Voz....uma luz...um conceito...um sonho...uma concretização
MARCELO G. DOS SANTOS
PAIXÃO, GOL & ROCK N’ROLL
BH, 30/07/2003

poema 26/05/2003

Mentira...

Carinha manhosa, só é ilusão...
Começa doce, termina a paixão...
Rosto sorridente, vício da relação...
Aliada do abandono, amante da solidão...
Tempo passado, retorna em conspiração...
Machuca profundo, alimento da desilusão...

Calor perdido, sem solução...
Romance parado, estrago no coração...
Campo minado, pronto para a execução...
Perigo constante, impedindo a locomoção...
Objeto do medo, residindo sem planificação...
Maldição da falsidade, destruição da situação...

Melodia saudosa, adeus razão...
Olhar vadio, carente em tentação...
Maldade corrente, feita por vocação...
Esperança vazia, punhalada na emoção...
Socorro dos fracos, feito por convocação...
Briga do mal latente, contra o bem em perdição...

Menina sapeca, mata por sedução...
Noite nevoada, louca por revelação...
Sufoco neurante, atormenta a disposição...
Fator inconseqüente, fatura por produção...
Fruta atraente, desenvolvimento da alienação...
Egoísmo vigente, inimigo fatal da corporação...

Amor retirante, alô compaixão...
Adeus doloroso, adeus devoção...
Beijo atrofiado, precisado de uma ação...
Dias iluminados, só vivos em sensação...
Batom borrado, existente só em redação...
Alma atormenta, necessitada de redenção...






MARCELO G. DOS SANTOS
PAIXÃO, GOL & ROCK N’ROLL
BH, 26/05/03

poema 13/12/2002 meu primeiro poema

Amor perdido, Amor vazio...


Primavera cintilante que se transformou em gelar
Sentimento de adeus que faz o triste saborear
Colo quentinho que fica ternamente a molhar
Coração carente que busca em vão o alegrar

Música de romance que cansa de tentar
Nota de desejo que passa a se calar
Gota de chuva que faz a lágrima rolar
Dia ensolarado que deixa de radiar

Luz vital fraqueja busca vaga-lumes para voltar a brilhar
Passado que bate a porta em vão e começa a lacrimejar
Órgão vital que transborda todo o sangue ao lamentar
Vitória esquecida que começa a se apagar

Lamento gritado que fraqueja ao luar
Lua cheia que inicia os esvaziar
Vida que começa a não mais voltar
Revelação que passa a se contestar

Paixão que vira um oceano de dores louco a reivindicar
Gosto de fel vem à boca que vontade de vomitar
Sexo que deixa de pulsar
Glória ausente no falar

Sorriso maroto que se esquece como é o libertar
Ilusão toma posse e traz a angústia para passear
Os erros são entendidos tarde no frio analisar
Solidão aluga o peito que vontade de chorar
Espírito de luz que deixa as trevas tripudiar
O futuro é nebuloso como quero perguntar
Doce alma doida para voltar a brincar
Dor vá embora preciso ressuscitar

O que restou foi um até logo que ânsia do regressar
Momentos lindos de tinta guache ficam sem retocar
Chuva de rosas que caia sem limites passou a cessar
Rosa vermelha carimbada se perdeu no seu olhar

Beijos foram embora meus lábios estão a quebrar
Vitalidade esquecida sem data para retornar
Loucas noites forma de encontro ao finalizar
Memória só existe para me atormentar

Saudade aperta como quero te beijar
Tormento sem benção do santificar
Amar...Amar...Amar...
Eterno revolucionar




MARCELO G. DOS SANTOS
PAIXÃO, GOL & ROCK N’ROLL
13/12/2002

poema 22/07/2003

Se o amor é cego,
Por que não...


Beijar na escuridão
Optar pela morte da solidão
Viajar em uma louca paixão
Velejar nas ondas da emoção
Enxergar com os olhos do coração

Isolar o medo de tentar
Respeitar a hora do errar
Sonhar com a visão do igualar
Gozar por um tato de se elogiar
Existir sem dogmas e sem limitar

Avistar as chances impossíveis
Iluminar as trevas imprevisíveis
Esquecer as lágrimas inesquecíveis
Abdicar dos pensamentos insensíveis
Abrir as portas para as coisas invisíveis

Fugir para a Suíça
Restituir os erros da cobiça
Viver cada dia sem preguiça
Aguçar os sentidos da justiça
Preencher a saudade quebradiça

...Escrever em braile “Eu te amo”
MARCELO G. DOS SANTOS
PAIXÃO, GOL & ROCK N’ROLL
BH, 22/07/2003

poema 16/07/2003

Abre a janela...


Deixa meus sonhos adentrarem seu coração
Permita que meus lábios guiem sua emoção
Expanda seu espírito até o encontro da solução
Viva cada segundo como se fosse a última permissão

Inspira nos perdidos a luz da salvação
Desperta nos reles mortais a sua vocação
Sinta minha libido somente na entonação
Resuma sua vida em instantes de excitação

Mata a dor que domina a situação
Conserva a ternura que brilha a visão
Abraça o amor que vinga na tentação
Cultiva o carinho que aniquila a solidão

Pára o ódio e opte pela redenção
Esqueça o passado e acolha a inovação
Suceda as trevas pela simples absolvição
Pensa nos inimigos e entre em negociação

Reconheça o poder divino do perdão
Esclareça os caminhos de sua atuação
Liquida a saudade em gesto de rendição
Muda o mundo com labaredas de louca paixão





MARCELOG.DOS SANTOS
PAIXÃO, GOL & ROCK N’ROLL
BH, 16/07/2003

poema 20/05/2003

Saudade...

Vento frio que faz a alma gelar
Lembrança que ficou no namorar
Amanhecer da ilusão no conversar
Solidão que vai e volta em um olhar
Luar deslumbrante que foi no viajar

Dia límpido que não brilha no acordar
Dor bandida que se atreve a não cessar
Só existe no português e nunca vai nos deixar
Passado distante do recomeçar
Olhos cansados de tanto procurar

Coração vadio que perde o clamar
Sono constante que custa a acabar
Sonho alegre que demora a começar
Vício pertinente que surge no afastar
Arvore que um dia se cansa de frutificar

Distância amarga que cansa de incomodar
Faca amolada que não pára de cortar
Sentimento vazio que mata ao lembrar
Alegria solitária que se esvai no gozar
Carência constante que piora ao chorar

Terreno sombrio que encobre o brilhar
Amor perfeito que quebrou no fraquejar
Despertar do querer contra o abandonar
Lacuna profunda que machuca ao respirar
Sopro da vontade que se cansa de errar

Dação do prazer como fonte do esperar
Rosto enrugado que se perde no penar
Espírito temeroso de abortar
Paixão louca que suplica pelo voltar
Calor do romance doido para queimar

Veículo engasgado que leva a lamentar
Rio petrificado que luta para não sufocar
Verão do coração preso no lamentar
Inverno do amor pirado para desgelar
Lembrança solitária inocente no julgar

Insana pretensão que desaparece no beijar
Propósito doído alucinado por um executar
Carinho inocente que não existe sem brincar
Vibração esquecida que prosseguir é alegrar
Caminho árduo que só é extinto no novo amar



MARCELO G. DOS SANTOS
PAIXÃO, GOL & ROCK N’ROLL
BH, 20/05/2003




homenagem ao dia da poesia 14/03/2005

Poesia... A alma que me acalma


A poesia tontiou a dor e amamentou o prazer
O lamento cubano cicatrizou o coração do yankee
As rimas marcaram a data do casamento do espírito com a mente

A temporada das flores emplacou com uma nota divina
O recado foi dado por uma melodia alada
O verso parou a guerra e renasceu um momento único na terra

O admirador secreto abandonou a timidez embalado pelo vinho
Os conspiradores da hipocrisia padeceram perante a luz de um poema
Românticos são coiotes que uivam venerando os lábios de mel

O amor é uma roleta que supera todas as apostas
Ninguém é mais o mesmo depois da prova do néctar dos trovadores
A combinação perfeita se efetiva no encontro da caneta com o universo

A felicidade transforma marchas fúnebres em loucas baladas
Garotos são veteranos com o transporte do sabor de um beijo apaixonado
Adultos viram crianças com o reencontro de pincéis e tintas


Marcelo G. Dos Santos
Paixão, Gol & Rock N’Roll
BH, 14/03/2005
Homenagem ao Dia da Poesia - 14 De Março
“A poesia é o molho picante para todas as formas de arte”

poema 11/04/2005

Vida


Vitória valente
Verbo vigente
Virada veemente

Valor vibrante
Verdade verdejante
Vassalo vacilante

Viga valorosa
Vontade valiosa
Virtude vigorosa

Vertente violeta
Ventania violenta
Versátil vestimenta

Ventre vitorioso
Vulto viscoso
Vício viçoso


Vadia vaidade
Volante vulgaridade
Vidente vivacidade

Vinho virginal
Volúpia vaginal
Versatilidade vital



Marcelo G. dos Santos
Paixão, Gol & Rock N´ Roll
BH, 11/04/2005

poema 26/04/2005

Uma nação sem noção


O povo chora
Os abastados fazem hora

A criança passa fome
Os políticos liquidam o nome

A bandeira sobe sangrenta
O trabalhador sofre tormenta

O subemprego vira regra
A desilusão é uma imensa pedra

O medo é a vontade afogada
Os brasileiros não seguem a mesma toada

O egoísmo é a moeda de troca
O amor é deixado pela emoção que sufoca

O paraíso só é visto por poucos
Os visionários são tidos como loucos

A juventude vegeta sem ideal
A sociedade cultiva o tratamento desigual


Marcelo G. dos Santos
Paixão, Gol & Rock N´Roll
BH, 26/04/2005

poema 03/05/2005

Labaredas de desejo


Desencontra a toada, rotina cassada
Irriga o coração, ativa a emoção
Desafia a coragem, no limite presta homenagem

É a força do sonho, seu controle é bisonho
Íntimo do pecado, é vendido a atacado
Sua força é suprema, a razão é dilema

Faz o traço da loucura, realizado gera ternura
Seus momentos são de prazer, o fogo é seu lazer
Sua face é o inferno, seu potencial é eterno

Sua essência é o vício, sua conseqüência é o sacrifício
A acomodação traz o tormento, vive-lo é um paradoxo com o sofrimento
O orgasmo é seu prazo, sua religião é o acaso



Marcelo G. dos Santos
Paixão, Gol & Rock N´Roll
BH, 03/05/2005

poema 24/05/2005

Geração inútil


A moda atiça a dor
A vaidade entorpece o amor
O vil metal é o único valor

A ganância neutraliza sua beleza
O egoísmo é sua natureza
A solidão é sua única certeza

O sentimento é comprado
O valoroso é abandonado
O mandato de felicidade é cassado

O beijo é vendido
O sexo é bandido
O carinho não é atendido

O respeito é artigo suspeito
Só o rotulo é aceito
A alienação é o único pleito

A irresponsabilidade não é só uma viagem
A vontade é usada para libertinagem
A futilidade deixa de ser camuflagem


Paixão, Gol & Rock N´Roll
Marcelo G. dos Santos
BH, 24/05/2005


poema 18/07/2005

Coração sangrando

Você me dá um doce, mas queima minha boca
As lembranças são envenenadas por uma doença louca
A maturidade é uma voz rouca

A entrada de seu palácio está escorregadia
Minha dor vira uma obra vadia
O perdão não pode ser uma atitude tão tardia

A solidão novamente pediu-me abrigo
A distância põe a sintonia em perigo
Seu desejo insano acabou comigo

O amor não é uma equação, não tem resposta
No romance a tolerância é a única proposta
A atitude é a eterna aposta

A paixão é uma semente que bem regada germina
A desilusão é uma revolução que domina
A dor abre espaço à carência que a dissemina

A verdade só aparece escrita em brasas
O sentimento viaja em finas asas
O tormento seca o carinho e sucumbe em covas rasas




Marcelo G. dos Santos
Paixão, Gol & Rock N´Roll
BH, 18/07/2005

poema 29/07/2005

Vida sem ideal
Realidade nacional



Busca o modismo e esquece do realismo
Beija a boca e desaba na vontade louca
Finge conforto e ignora o espontâneo aborto

Namora a ilusão e facilmente abandona um irmão
Sobrevive doente e desiste da evolução da mente
Navega sem destino e renega o idealismo latino

Humilha o orgasmo e joga-se ao acaso
Promove o trabalho que escraviza e mata a esperança que ameniza
Desiste de nossa infância e assim aquece a fatal distância

A sociedade é a do preconceito, o visual é o único conceito
A atitude é devassa, o gozo profano é a única taça
A cultura vira objeto exclusivo de museu, a voz atuante é a da Galisteu

O sentimento é isolado e o compromisso é abandonado
Esquece-se que o progresso depende do acesso
A religiosidade deixou de visar à caridade

A formação é degradante e o futuro é frustrante
O romance é passado e o amor é assado
A reforma é ignorada e a futilidade é venerada



Marcelo G. dos Santos
Paixão, Gol & Rock N´Roll
BH, 29/07/2005

poema 23/09/2005

A pobreza da alma


O casamento virou sinônimo de sofrimento
O mascarado é idolatrado
O comodismo nos leva à beira do abismo

As mentes são obras dos dementes
A sintonia acerta a agonia
O orgulho é o nosso pior entulho

A futilidade é o ópio da sociedade
A ostentação é marca de uma nação
O pó é o nosso fim só

A pureza virou um erro contra uma falsa natureza
Os rituais enaltecem os dotes mais banais
O carma se transforma em uma covarde arma

Um pequeno problema gera uma agonia suprema
A rotina é uma maculada piscina
O amor regride para artigo exclusivo do desabor


Marcelo G. dos Santos
Paixão, Gol & Rock N´Roll
BH, 23/09/2005

poema 06/10/2005

O subjetivo a favor do divino


O sorriso afasta o falso juízo
O saber facilita a verdadeira forma de viver
A teoria é uma doce agonia

A ciência é uma louca busca pela nossa essência
A sociedade não busca a luminosidade
A natureza é a tradução da pureza

O sacrifício é uma ilusão societária de artifício
A convicção funciona perante a estudada compreensão
A amizade é uma eterna saudade

A arte é uma divindade à parte
A inteligência divina modifica até a mais infeliz sina
O genial só depende de uma abertura astral

A luz é a força para combater a fiel cruz
A verdadeira missão só ascende diante da necessária evolução
O amor é imutável e a decepção é superável

Até a rotina tem um lado que fascina
O romance é a insuperável chance
A pior doença é a infeliz crença



Marcelo G. dos Santos
Paixão, Gol & Rock N´Roll
BH, 06/10/2005


poema 17/10/2005

O amor...


Não é um mergulho na piscina
Pode ser uma subida na colina
É uma incerta uma sina

Não é o canto da sereia
Pode ser a luz que incendeia
É a incerteza da lua cheia

Não atinge o ser perfeito
Pode candidatar-se a prefeito
É um louco sujeito

Não pode fazer juízo
Pode aguardar o mínimo aviso
É a louca arte do improviso

Não é tortura
Pode ser literatura
É a evolução da ternura





Marcelo G. dos Santos
Paixão, Gol & Rock´NRoll
BH, 17/10/2005



poema 14/10/2005

A evolução depende da dor


A rotina engana alma
O desespero é uma tempestade que acalma
O aprendizado deve vencer o trauma

O hímen abre-se para o prazer
O trabalho é o princípio para o lazer
A ação independe do dizer

O carisma esconde a tristeza
A revolução é necessária para o reinado da certeza
O casulo é uma etapa da real beleza

O guerreiro combate os demônios internos
A coragem revela conquistadores eternos
O ódio busca enganar corações fraternos

O poder só vinga com dignidade
Um beijo atrai saudade
O paradoxo é a arma que cultiva a eternidade

Nossa trajetória sempre reflete a felicidade cabreira
O amor quebra qualquer barreira
A vida é uma complexa torneira





Marcelo G. dos Santos
Paixão, Gol & Rock´NRoll
BH, 14/10/05

poema 24/10/2005

Contrastes em um mundo louco


O carinhoso venera a dor
O romântico tem medo do amor
O guloso não sente sabor

O cachorro adora a carrocinha
O tarado tem horror à calcinha
O careca faz trancinha

O palhaço detesta criança
O certinho se entrega a lambança
O perneta é professor de dança

A princesa anda desgrenhada
O marido transa é com a cunhada
O grande amigo sucumbe em uma punhalada

O milionário vive de salário
O traficante reconhece que é um otário
O ser acomodado muda o cenário

O político tem crise de consciência
A vadia prega a decência
A democracia vira sinônimo de eficiência





Marcelo G. dos Santos
Paixão, Gol & Rock ´N Roll
BH, 24/10/05




poema 29/11/2005

Na busca da obra de uma vida


Inspira cultura nos olhos do aspirante
Encontra o amor sem precisar de ajudante
Os olhos lacrimejam em frente de um campo verdejante

Apaixona-se no andar da mulata
Solitário não cata lata
Na lua cheia não morre por uma bala de prata

A chuva limpa sua alma
A música é uma tristeza que acalma
O singelo é um ato digno de palma

O pássaro acende a pureza adormecida
O ódio é o mais eficaz formicida
O desespero é o tempero do suicida

A luz do sol ativa o sorriso
O detalhe passa a servir de aviso
Evoluir e lutar é preciso
.


Marcelo G. dos Santos
Paixão, Gol & Rock ´N Roll
BH, 29/11/05

poma 24/11/2005

A vaidade burguesa


O desprezo assume a personalidade
A ganância é a única vontade
A companhia não deixa saudade

A rotina se define em uma plástica
O cérebro atrofia e perde qualquer tática
A pobreza é alvo de uma risada sarcástica

O carro importado é o orgasmo
A injustiça não o deixa pasmo
A hidromassagem é seu marasmo

O único amigo é o cabeleireiro
Desconhece o prazer de um boêmio tropeiro
O amor perde a mística para o acúmulo de dinheiro

Entrega-se a prostituta porque é paga
A penúria espiritual é sua maior praga
Na sua escuridão uma faísca vaga

Um sorriso falso é sua obra mais bela
Destilam hipocrisia para a clientela
A favela é um medo vizinho de janela


Marcelo G. dos Santos
Paixão, Gol & Rock N´Roll
BH, 24/11/2005