domingo, 10 de junho de 2007

poema 16/03/2004

Desequilíbrio Social


O filho chora o pai faz chorar
O trabalhador batalha e o empregador cada vez mais canalha
O professor tenta e o estado o arrebenta

A esperança da criança se perde no cano de um revólver
O carinho se esvai assistindo a chacina
A oficina de sonhos dá passagem a fábrica de lágrimas

A rotina profissional fica perdida nos passos cada vez mais desanimados
O destempero toma conta de uma vida sem feijão tropeiro
Banalidades cortam uma alma já esfacelada

A escassa caridade respira amparada por pequenos sopros
A crueldade faz escola para seres ainda mais frágeis
O beijo é abandonado por um falso desejo

A carência desgasta muros construídos na consumida segurança
Nobres comem caviar nas costas dos flagelados
O afago pede demissão por tanta desilusão

As promessas geram o caos no mundo das ilusões
A rebelião das sensações adormecidas luta contra os dominadores
A felicidade do povo está trancada nos cofres dos corruptos




MARCELO G. DOS SANTOS
PAIXÃO, GOL & ROCK N’ROLL
BH, 16/03/2004

Nenhum comentário: