quinta-feira, 31 de maio de 2012

Último desejos...


Últimos desejos

O derradeiro suspiro aguarda e não marca hora
Fica a vontade de ganhar o beijo materno na límpida face
Transformar a dor em aves fraternas

Sair em disparada em busca do tesouro dos mares
Caminhar pela calçada de Copacabana em companhia iluminada
Ver um estádio lotado gritando o fim da desigualdade

Andar pelas ruas da metrópole e não ver uma cultura pedinte
Amar sem a cobiça de ser retribuído
Viver e esquecer a borracha do outro lado do arame

Não medir a loucura e sorrir para os covardes
Sentir e saber executar na mesma proporção
Inventar reinventando sem barreiras

Procurar a luz em meio a uma gélida neblina
Acreditar no poder do amar em um dia de tempestades
Gargalhar como uma criança no parque das ilusões

Guiar o ser que te suplica um afago
Sentir-se satisfeito com seu próprio reflexo
Inverter o último anseio pelo primeiro e puro alento

Marcelo G. dos Santos
Belo Horizonte, Minas Gerais, 31 de Maio de 2012
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