domingo, 10 de junho de 2007

poema 20/12/2004

Um Natal sem Noel

Crianças se sustentam pelo malabarismo
Adultos dançam à beira do abismo
Um presente é natural forma de cinismo

O mercado negocia o sentimento
No meio da noite um dolorido tormento
As chuvas de verão não lavam as almas em sofrimento

Os jogos de amigo secreto são um convite à hipocrisia
Os brindes alimentam a burguesia
Acreditar nas promessas é teimosia

A família ceia gotas de compaixão em um mar de conflito
É chegada a época do aflito
Na amarga retrospectiva paro e reflito

A conspiração dá espaço a falsa emoção
O exagero é comum a ocasião
O brilho dos enfeites incentiva a ilusão

A lembrança é uma afiada lança
O natal só é puro no olhar da criança
O abraço fraterno ainda gera esperança


Marcelo G. Dos Santos
Paixão, Gol & Rock N’Roll
20/12/2004

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