domingo, 10 de junho de 2007

texto 03/06/2003

Apaixone-se!!!

Você acorda um dia e sente que uma forte ardência está a gritar no lado esquerdo do peito, o que será? Estou doente? Vou morrer? Só se for de paixão! É isso mesmo, o mosquito da apaixonite te mordeu e você vai custar para sarar. O vício te pegou e agora é deixar rolar. Incrivelmente sua vida passa a ter um sentido diferente, bem mais colorido, mais vivente. Uma ofensa atirada a você passa a ser relevada de uma forma mais doce, tranqüila. A dor física é esquecida quando seu olhar se cruza com o olhar da amada. O coração palpita e a única imagem que se forma em sua mente é de uma louca noite de muita paixão.
Paixão, obra divina que estabelece dois caminhos a serem escolhidos:
1 –Éden: A vida agora é realmente vivida, o vazio do peito foi preenchido por fortes jatos de prazer e loucura. O que era imaginável passou a ser possível em um ardente beijo apaixonado.
2 - Destruição: A paixão relega sua vida a uma dependência destrutiva do ser amado.
Quando o sentimento alucinado se rompe em dos lados do elo amoroso, adeus sanidade. O caminho se aproximada do limbo e se distancia da luz. Uma paixão é um talento oferecido por Deus, quando você não dá valor ou sufoca o outro, ele é tirado de você. Não existem regras para viver uma paixão, porque regra não é uma palavra que se aplica a este atributo, mas o que deve ser sempre santificado é o amor individual e exclusivo, que faz qualquer sentimento divino perdurar.
Ninguém ama alguém se não ama a ele mesmo primeiramente, sem amor próprio a paixão doentia impera e liquida qualquer chance de felicidade do casal. O romance vem do amor, que é a evolução da paixão e, neste é que se encontra a verdadeira felicidade.
Quem bate esquece, quem apanha sempre lembra. O ditado popular é aplicado para um ser apaixonado, que custa a se recuperar de um abandono inesperado para ele, mas bem avisado para o universo. O término transforma o portador da apaixonite em uma criatura trevosa, que só se recupera totalmente com muito amor por ele mesmo e futuramente com uma nova e mais forte paixão, só que dessa vez de uma forma mais madura. Até a paixão pode ser mais madura a partir do momento que se é considerado toda a grandeza do mundo, que não só existem os dois seres apaixonados.
Em nossa sociedade, o dono da ardência vital é visto com inveja e desprezo pelos seres endurecidos e amargos, partes constituintes da máfia dos medrosos vigentes. Enquanto este ser luminoso, disseminador da alegria de viver não for exterminado em sua essência, arrastado para o lado dos descrentes e desiludidos, a sociedade humana não irá se satisfazer. O ser apaixonado é perigoso para os poderosos de nosso mundo, pois este não pode ser uma marionete na mão de tutores da covardia e da injustiça.
Triste do ser que não tem paixão em sua vida, pois este é só mais um dos reles bonequinhos da discórdia dos mal-amados. Paixão é o que falta na vida cinza, dantes só baseada no falso brilho da matéria. O sentimento ardente é o pré-amor incondicional, é a semente que quando germina leva a uma seleta casta de espíritos sem loucuras desnecessárias, comungadores da simplicidade e beleza de um leve sorriso.
A verdadeira liberdade é viver na paixão, só ela é a real abertura para o alcance de um algo mais. Uma pessoa só é feliz de verdade se sente o peito arder e não corre para expulsar este sentimento. A escolha pela paixão não é só pelo orgasmo e sim, pelo sentido da vida; que é o coração batendo alucinadamente sem medo de ser feliz.
O medo é próprio dos seres machucados, já portadores de uma muralha lotada de guerreiros sem rostos, que atacam ao menor sinal de paixão. A paixão realmente assusta, mas quando vivida em sua essência, é dada a oportunidade de se conhecer o amor essencial.
. Livre-se da solidão e adentre o mundo dos românticos, dos seres amados e amantes, da felicidade plena. O equilíbrio do universo só é estabelecido pela recusa do receio e do investimento no amor. A querência pode ocasionar a cruel carência, só o novo da paixão pode afastar a essa negatividade e trazer a tona todo potencial espiritual e físico, antes esquecidos.
Só se é derrotado na paixão quem investe somente no outro, esquecendo-se de evoluir em conjunto, de investir em si próprio. Insano não é viver a paixão, mas sim, fugir de seu convívio. Adeus covardia seja bem vinda louca paixão.


MARCELO G. DOS SANTOS
PAIXÃO, GOL & ROCK N’ROLL
BH, 03/06/2003

Um comentário:

Alguém Por Aí disse...

hehehehehehe... esse é romântico nato. Abraço, meu caro.