domingo, 10 de junho de 2007

poema 09/03/2004

Alienação e alucinação


Chora a desgraça e mata por cachaça
Visita o amigo e nega abrigo
Reclama de preço e vive no tropeço

Cala por preguiça e enlouquece por cobiça
Reina no mundo dos conformados e cobra os atormentados
Persegue os crentes e deita com o manto dos indigentes

Sorri no abandono e chuta o cachorro sem dono
Beija os lábios da corrupção e grita contra os poderes da comunhão
Baba por piranhas e acha-se o mestre das artimanhas

Revoluciona a chatice e esquece a meiguice
Aquece corações gélidos e nega sentimentos sólidos
Cumprimenta a hipocrisia e destrata a poesia

Morde os felinos e mia para os caninos
Conserva falsos valores e diverte-se no domínio dos horrores
Cai em tentações e não eleva as puras emoções

Não batalha pelo carinho e sucumbe sozinho
Amedronta almas penadas e foge de belezas despidas
Aliena o guerreiro e alucina o obreiro


MARCELO G. DOS SANTOS
PAIXÃO, GOL & ROCK N’ROLL
BH, 09/03/2004

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