sábado, 9 de junho de 2007

poema 28/01/2005

A síntese da alma poética

A harmonia é ditada em versos não em hipocrisia
A gênese do espírito está em uma doce poesia
Passar a vida sem romance é a maior heresia

O pôr-do-sol inspira o escolhido
A vibração das letras atinge o recolhido
Um beijo é um poema vivido

O cativante supera a rotina
A leitura alimenta mais que qualquer cantina
As lágrimas são companheiras em uma paradoxa sina

O pecado das rimas é o nascimento do fascínio
Nas madrugadas é componente do domínio
Deixada em velhos baús gera extermínio

O céu é ilustrado no inferno
Só na trova o amor é sempre constante e terno
A boemia transforma o momento em eterno

Sua pureza gera uma fiel liberdade
No ponto final se encontra a saudade
Sua essência faz vibrar corações de qualquer idade

Marcelo G. Dos Santos
Paixão, Gol & Rock N’Roll
BH, 28/01/2005

poema 04/02/2005

Amor de carnaval


Beija um latejo
Sucumbe a uma desejo
Derrete com um beijo

Esquece o medo na purpurina
Desiste da triste sina
Seu passado escorre pela urina

O samba renasce a ardência
Na pista não existe falsa decência
Depois das biritas a corte pede clemência

Uma passada de mão leva ao paraíso
Quanto mais fogo menos juízo
A cantada vitoriosa requer improviso

Uma fantasia mata a saudade
Nesta festa vale o grito de liberdade
Um orgasmo encanta toda uma cidade

A brincadeira atinge a favela
O romance vira real e supera a novela
O gingado ilumina a morena mais bela


Marcelo G. Dos Santos
Paixão, Gol & Rock N’Roll
BH, 04/02/2005

poema 16/02/2005

O amor renova a vida


O carinho cega a espada
O amor perfeito é uma eterna estrada
A frieza é uma porta sempre fechada

A estrela só brilha para os preparados
A felicidade não é obtida por seres atrasados
Um romance é constítuido de corações alados

Sem coragem não há meios para se amar
No sangue brota o desejo de doar
No amor não há espaço para se jogar

O erro é transformado em trabalho
O beijo apaixonado fortalece qualquer galho
Na evolução da vida não há atalho

A dor é um grito de fortalecimento
Um inusitado brilho nos olhos cessa o sofrimento
A ternura abranda todo doloroso momento



Marcelo G. Dos Santos
Paixão, Gol & Rock N’Roll
BH, 16 de Fevereiro de 2005

poema 16/02/2005

Joguetes do destino


A paz é a real vitória e a guerra é uma ilusória glória
O sentimento generoso sempre bate em uma lado genioso
A mentira é uma arma que sempre atira

A morte é um lugar muito longe ou perto da sorte
O mal sempre se disfarça de um sedutor animal
O sorriso é um surreal aviso

A preguiça revira uma eterna carniça
A rotina sem paciência é uma mágoa sem clemência
A alma com maquiagem é um passageiro de uma infeliz viagem

O seguidor da caridade enfrenta o monstro egoísta da sociedade
A aposta no casual pode gerar o ganho desigual
O deleite da aventura transforma a vida em uma incomum cultura

O medo do romance deixa a felicidade longe do alcance
O reinado da hipocrisia assassina o verão e sua maresia
O divulgador do amor ofusca a força da dor



Marcelo G. Dos Santos
Paixão, Gol & Rock N’Roll
BH, 16/02/2005

poema 07/03/2005

A rosa mais bela da primavera...Mulher...


Mesmo na lama cuida da beleza
Seu olhar reflete a essência da natureza
Seu simples passar afasta a tristeza

Sua alma é de uma fiel guerreira
Das dádivas divinas é a herdeira
Nas horas certas sabe ser falsa ou verdadeira

Dos seus lábios emanam a mais viciante loucura
Só elas possuem o poder da soberana ternura
Seus quadris causam uma constante tontura

O pecado é seu íntimo amigo
Na sua presença pisca ardentemente um sinal de perigo
Nas suas asas sempre buscamos um caloroso abrigo

Seu dia é toda noite
No mercado de trabalho atua com o açoite
Sua pureza prevalece até no boite

Seu toque é inflamável
Seu espírito é instável
Seu paradoxo é sempre amável



Marcelo G. Dos Santos
Paixão, Gol & Rock N’Roll
BH, 07/03/2005

*Homenagem a um dos dias internacionais da mulher 08/03/2005

poema 09/07/2003

Alegro-me quando...
S.A

Seu leve toque me faz gozar
Seus beijos me fazem flutuar
Seus olhos passam a me vigiar
Seu cheiro em meu corpo está a exalar


A paixão enfurece e mata o medrar
A brisa da noite me faz te lembrar
A loucura me faz desistir de pensar
A revolução em peito está a se iniciar


Seu rosto faz do recinto um eterno brilhar
Sua alma adentra meu sono e deixa o lumiar
Saboreio seus gemidos em uma noite de luar
Sugo seu sexo e deixo minha língua a entrelaçar


Adentro seu íntimo sem controlar
Abraço seu corpo e sinto o esquentar
Abro meu coração e te coloco a morar
Abandono o imaturo ódio e abraço o teu amar









Subtraio a dor sem receio de tentar
Sinto seu chamego em dia de chorar
Sufoco a saudade em um simples acenar
Sossego minhas mãos em um doce afagar


Atinjo o êxtase sem limites de sonhar
Aplico o desejo no lugar do acovardar
Arrepio seus pêlos em instantes de libertar
Assalto seu coração sem probabilidade de entregar


Seus olhos passam a me vigiar
Sigo o vento e ele me leva a acreditar
Saio do adeus e recepciono o vivenciar
Suplico aos deuses e me entrego para recomeçar


Agito os mares só para te homenagear
Apago seu medo em momentos de vibrar
Assisto o futuro e te vejo a me acompanhar
Afasto a ilusão e adentro o universo do apaixonar




MARCELO G. DOS SANTOS
PAIXÃO, GOL & ROCK N’ROLL
BH, 09/07/2003

poema 01/10/2003

A brisa da manhã


Leva embora a dor da noite mal dormida
Trás de volta a esperança em um beijo de bom dia
Afasta a mágoa e levanta a moral do novo

Sufoca os inimigos da crença do incapaz
Inaugura o agir e sai do campo dos sonhar
Vence o medo e eleva ao pedestal a determinação

Tortura os amantes abandonados no ato da lembrança
Brinca com o orvalho e seduz os corações pedintes
Renasce o sol e resguarda o luar

Aprisiona a hipocrisia e liberta a nostalgia
Incentiva os interesseiros a amar sem cobrar
Reflete o brilho do sorrir e encoraja os perdidos no anoitecer

Toca o bico dos seios e refaz as sensações do copular
Cultua o desejo ardente pela sensualidade das rosas
Beija os lábios da paixão e revigora anseios

Eterniza a sintonia do amor com a natureza
Esclarece para os covardes os segredos sem limites
Mostra o gozo como primor de sacramento dos momentos



MARCELO G. DOS SANTOS
PAIXÃO, GOL & ROCK N’ROLL
01/10/2003

poema 09/10/2003

Vejo a moça...

Sacode minha alma com um leve acenar
Passa fazendo carnaval no meu coração de baile
Mexendo as cadeiras no ritmo do arder da paixão
Revoluciona o cinza da tarde com o brilho do seu olhar

Brinca com os cachos do cabelo incentivando fantasias molhadas
Apaixona os descrentes com seu calor subjetivo
Desfilando sensualidade em um simples sorrir
Satiriza os famintos, obstinados por suas ancas

A querer um momento singelo em um triste suspiro
Rasga falsos dogmas com o apontar dos seios
Fascinar o sol e alimentar o poder da lua
Insinua-se em meio de seres frígidos

Perdôo o passado de ofensas e embarco na presente satisfação
Esqueço o caminho e abraço o devaneio do vento
Cantarolo Vinícius e almejo o charme de Chico
Capricho no disfarce e falho com excitação

Castigo o vital e abro alas para a fugaz emoção
Rastreio a concorrência e sorrio com ar de líder
Galanteio com destreza e espero no topo da fila
Acordo do sonho assustado e me acalmo com o toque sutil do romance




MARCELO G. DOS SANTOS
PAIXÃO, GOL & ROCK N´R OLL
BH, 09/10/2003

poema 20/10/2003

Arquiteto do campo dos sonhos...


Engenha a doçura e liberta a amargura
Condiciona o viver em subjetivos versos
Ressuscita a coragem com o ímpeto das letras

Poetiza o beijo com a suavidade quase rara
Aterroriza os fiéis da covardia com o planar de uma pluma
Sangra no magoar e respira ao acordar

Criatividade sutil em momentos de desilusão
Emoção guerreira que contraria os falsos sábios
Tormento de um coração louco para a acertar e revolucionar

Rosto discreto na multidão, sobressai com um pensamento
Glorioso ser, enxerga a beleza das cores em dias de intenso cinza
Amante do clássico, namorado do profano

Fiel escudeiro do amar, ânsia pela consagração
Carcereiro das penas do desvairado vivenciar
Visionário do caminho da luz e da dor

Cadencia os afobados e incentiva os retardatários
Eterniza o olhar apaixonado e respeita o peito rasgado
Atira as aflições ao mar e retorna na correnteza do gozo novo


Ser poeta é amanhecer nos campos da injustiça e anoitecer nas baladas da alucinação

Homenagem ao dia do Poeta 20/10/2003


MARCELO G. DOS SANTOS
PAIXÃO, GOL & ROCK N’ROLL
BH, 20/10/2003

poema 24/11/2003





Amante...


Beija a boca
Deixas-te louca
Adeus à touca

Santifica o toque
Capricha o detalhe
Reinventa a cena

Escorre a essência
Esquece a decência
Aquece a carência

Mata a farsa
Desmistifica o prazer
Baila tango no inferno

















Busca o imaginável
Reacende os relâmpagos
Massacra o temor

Concentra a sorte
Reescreve o azar
Liberta o sentimento

Esbravejo de gozo
Paradoxo da lágrima
Evolução amorosa

Renascimento da estima
Vigília dos espasmos
Duelo por teus beijos





MARCELO G. DOS SANTOS
PAIXÃO, GOL & ROCK ‘N ROLL
BH, 24/11/2003

poema 30/06/2003

Por amar demais...


Matei o receio e vivi
Enganei a dor e esqueci
Eliminei o medo e evolui
Captei a alegria e descobri
Encontrei a luz e promovi

Vinguei as lágrimas e sorri
Roubei o coração e derreti
Chorei aos anjos e aprendi
Lamentei os desejos e fingi
Sacramentei a paixão e enlouqueci

Sonhei com você e existi
Clamei aos céus e resisti
Gozei demais e adormeci
Perdoei o ontem e sobressai
Penei no desespero e sucumbi

Dei rosas e recebi
Acordei no éden e parti
Esperei carinho e morri
Apostei no beijo e perdi
Procurei ao vento e ouvi

Busquei verdade e menti
Abusei da sorte e entristeci
Olhei em seus olhos e senti
Viajei na ansiedade e desisti
Adentrei o inferno e retrocedi

Cassei o passado e sofri
Tracei destinos e destruí
Julguei os sentidos e traí
Carreguei mágoas e agredi
Revolucionei meu ser e sacudi


Vivenciei paradoxos e insisti
Insuflei a lealdade e distribui
Preguei esperança e sobrevivi
Incentivei a coragem e discerni
Enfrentei seres trevosos e venci




MARCELO G. DOS SANTOS
PAIXÃO, GOL & ROCK N’ROLL
BH, 30/06/2003

poema 21/09/2003

Acreditar ou sucumbir...


Fugir da ação, zelo
Viver o momento, apelo
Desistir do romance, não creio
Lidar com o medo, segredo

Sugar a essência, veneno
Ouvir a paixão, é surdo
Calar o carinho, receio
Abrir a porta, espero

Virar a página, é certo
Olhar a longe, refúgio
Partilhar a dor, sincero
Esquecer o passado, eu quero

Surrar o amor, é sujo
Limpar a doença, é sério
Beijar o novo, concebe-lo
Adentrar o coração, mistério

Seguir a luz, necessito
Voltar o tempo, partido
Acreditar na paz, cultivo
Despachar as trevas, preciso





Sentir o arder, atrevido
Prever o futuro, é escuro
Mover as pedras, sentido
Aceitar a realidade, esquecido

Iludir do ser, prevejo
Vencer o mal, eu vejo
Ser o normal, fraquejo
Esperar o momento, beijo

Rumar ao mar, destino
Evoluir da lama, anseio
Acordar do letal, sedento
Sonhar na neblina, segredo

Perder a emoção, burro
Buscar o gritante, é mudo
Desvendar milagres, é turvo
Sucumbir em lágrimas, danoso




MARCELO G. DOS SANTOS
PAIXÃO, GOL & ROCK N’ROLL
BH, 21/09/2003

poema 18/09/2003

O anoitecer - o sonho - a paixão

Luzes da noite que evoluem o mistério
Fantasmas expulsos pelo sereno do amar
Suspiros libertando até os mais incrédulos
Cantar das cigarras pronunciam a chuva de satisfação

Corujas embriagadas comemorando o partir do sofrer
Brindes entrelaçados renovando a esperança
Gemidos no ar levando a orgasmos surreais
Lábios saboreando o íntimo

Cinzas se esvaindo na madrugada
Sopros da sinfônica atraindo a amada
Corações planando entre gotas de orvalho
Sonhos molhados interrompidos por um grito

Fagulhas de paixão cegando os descrentes
Espíritos iluminando os passos do romance
Morcegos ingênuos sugando almas covardes
Sentimentos insanos sendo aprimorados pelo luar

Renascimentos brilhando no néon dos edifícios inebriados
Loucuras e rodopios observados por um fugaz gato preto
Momentos e sensações milagrosas do viver sem limites
Damas-da-noite subvertendo emoções frígidas



MARCELO G. DOS SANTOS
PAIXÃO, GOL & ROCK N’ROLL
18/09/2003

poema 04/08/2003

O que realmente quero


Quero acordar de novo no sonho que vivi
Quero me liberar dos pesadelos que fazem chorar
Quero dizer adeus aos fantasmas que me atormentam

Quero libertar minha alma e esquecer a mágoa
Quero expulsar as trevas e adentrar o universo das luzes
Quero ter a coragem de tentar de novo, de novo e de novo

Quero dormir sem receio de não acordar
Quero acordar sem pavor de não conseguir mais dormir
Quero relaxar e buscar a essência no fundo de minha alma


Quero sacudir a vida e lembrar como é viver
Quero novamente acreditar que o mundo não é tão ruim
Quero sacramentar o romance e esquecer tudo o que sofri

Quero ajudar sem ter sido ajudado
Quero descobrir que querer é poder
Quero rezar e agradecer mais do que pedir

Quero sorrir sem fingir estar sorrindo
Quero esquecer o que me faz ser esquecido
Quero amar sem limites como nunca jamais amei e fui amado

Quero não mais viciar os viciáveis
Quero dizer as verdades sem machucar
Quero gozar sem me preocupar em correr

Quero ser sem medo de não mais ser
Quero vencer a desilusão pelo carinho
Quero menos ilusões em meu caminho

Quero sentir o nunca sentido
Quero a alegria sem me perder
Quero ser feliz e aceitar o morrer




MARCELO G. DOS SANTOS
PAIXÃO, GOL & ROCK N’ROLL
BH, 04/08/2003

poema 30/07/2003

Voz...

Voz da cidade, voz do sertão
Voz da fome, voz que dá o pão
Voz da sinceridade, voz em ação
Voz da criatividade, voz do refrão

Voz da paixão, voz da razão
Voz do gramado, voz do terrão
Voz do lumiar, voz na escuridão
Voz das palavras, voz da sensação

Voz divina, voz da tentação
Voz do carinho, voz na solidão
Voz da alma, voz da ressurreição
Voz de quem chora, voz da consolação

Voz do futuro, voz da situação
Voz jornalística, voz da comunhão
Voz que reclama, voz da satisfação
Voz que ataca, voz da comunicação

Voz da noite, voz da canção
Voz do amor, voz do coração
Voz da alegria, voz da lamentação
Voz da humildade, voz da consagração

Voz da justiça, voz do cidadão
Voz recente, voz da nova emoção
Voz contemporânea, voz de uma geração
Voz....uma luz...um conceito...um sonho...uma concretização
MARCELO G. DOS SANTOS
PAIXÃO, GOL & ROCK N’ROLL
BH, 30/07/2003

poema 26/05/2003

Mentira...

Carinha manhosa, só é ilusão...
Começa doce, termina a paixão...
Rosto sorridente, vício da relação...
Aliada do abandono, amante da solidão...
Tempo passado, retorna em conspiração...
Machuca profundo, alimento da desilusão...

Calor perdido, sem solução...
Romance parado, estrago no coração...
Campo minado, pronto para a execução...
Perigo constante, impedindo a locomoção...
Objeto do medo, residindo sem planificação...
Maldição da falsidade, destruição da situação...

Melodia saudosa, adeus razão...
Olhar vadio, carente em tentação...
Maldade corrente, feita por vocação...
Esperança vazia, punhalada na emoção...
Socorro dos fracos, feito por convocação...
Briga do mal latente, contra o bem em perdição...

Menina sapeca, mata por sedução...
Noite nevoada, louca por revelação...
Sufoco neurante, atormenta a disposição...
Fator inconseqüente, fatura por produção...
Fruta atraente, desenvolvimento da alienação...
Egoísmo vigente, inimigo fatal da corporação...

Amor retirante, alô compaixão...
Adeus doloroso, adeus devoção...
Beijo atrofiado, precisado de uma ação...
Dias iluminados, só vivos em sensação...
Batom borrado, existente só em redação...
Alma atormenta, necessitada de redenção...






MARCELO G. DOS SANTOS
PAIXÃO, GOL & ROCK N’ROLL
BH, 26/05/03

poema 13/12/2002 meu primeiro poema

Amor perdido, Amor vazio...


Primavera cintilante que se transformou em gelar
Sentimento de adeus que faz o triste saborear
Colo quentinho que fica ternamente a molhar
Coração carente que busca em vão o alegrar

Música de romance que cansa de tentar
Nota de desejo que passa a se calar
Gota de chuva que faz a lágrima rolar
Dia ensolarado que deixa de radiar

Luz vital fraqueja busca vaga-lumes para voltar a brilhar
Passado que bate a porta em vão e começa a lacrimejar
Órgão vital que transborda todo o sangue ao lamentar
Vitória esquecida que começa a se apagar

Lamento gritado que fraqueja ao luar
Lua cheia que inicia os esvaziar
Vida que começa a não mais voltar
Revelação que passa a se contestar

Paixão que vira um oceano de dores louco a reivindicar
Gosto de fel vem à boca que vontade de vomitar
Sexo que deixa de pulsar
Glória ausente no falar

Sorriso maroto que se esquece como é o libertar
Ilusão toma posse e traz a angústia para passear
Os erros são entendidos tarde no frio analisar
Solidão aluga o peito que vontade de chorar
Espírito de luz que deixa as trevas tripudiar
O futuro é nebuloso como quero perguntar
Doce alma doida para voltar a brincar
Dor vá embora preciso ressuscitar

O que restou foi um até logo que ânsia do regressar
Momentos lindos de tinta guache ficam sem retocar
Chuva de rosas que caia sem limites passou a cessar
Rosa vermelha carimbada se perdeu no seu olhar

Beijos foram embora meus lábios estão a quebrar
Vitalidade esquecida sem data para retornar
Loucas noites forma de encontro ao finalizar
Memória só existe para me atormentar

Saudade aperta como quero te beijar
Tormento sem benção do santificar
Amar...Amar...Amar...
Eterno revolucionar




MARCELO G. DOS SANTOS
PAIXÃO, GOL & ROCK N’ROLL
13/12/2002

poema 22/07/2003

Se o amor é cego,
Por que não...


Beijar na escuridão
Optar pela morte da solidão
Viajar em uma louca paixão
Velejar nas ondas da emoção
Enxergar com os olhos do coração

Isolar o medo de tentar
Respeitar a hora do errar
Sonhar com a visão do igualar
Gozar por um tato de se elogiar
Existir sem dogmas e sem limitar

Avistar as chances impossíveis
Iluminar as trevas imprevisíveis
Esquecer as lágrimas inesquecíveis
Abdicar dos pensamentos insensíveis
Abrir as portas para as coisas invisíveis

Fugir para a Suíça
Restituir os erros da cobiça
Viver cada dia sem preguiça
Aguçar os sentidos da justiça
Preencher a saudade quebradiça

...Escrever em braile “Eu te amo”
MARCELO G. DOS SANTOS
PAIXÃO, GOL & ROCK N’ROLL
BH, 22/07/2003

poema 16/07/2003

Abre a janela...


Deixa meus sonhos adentrarem seu coração
Permita que meus lábios guiem sua emoção
Expanda seu espírito até o encontro da solução
Viva cada segundo como se fosse a última permissão

Inspira nos perdidos a luz da salvação
Desperta nos reles mortais a sua vocação
Sinta minha libido somente na entonação
Resuma sua vida em instantes de excitação

Mata a dor que domina a situação
Conserva a ternura que brilha a visão
Abraça o amor que vinga na tentação
Cultiva o carinho que aniquila a solidão

Pára o ódio e opte pela redenção
Esqueça o passado e acolha a inovação
Suceda as trevas pela simples absolvição
Pensa nos inimigos e entre em negociação

Reconheça o poder divino do perdão
Esclareça os caminhos de sua atuação
Liquida a saudade em gesto de rendição
Muda o mundo com labaredas de louca paixão





MARCELOG.DOS SANTOS
PAIXÃO, GOL & ROCK N’ROLL
BH, 16/07/2003

poema 20/05/2003

Saudade...

Vento frio que faz a alma gelar
Lembrança que ficou no namorar
Amanhecer da ilusão no conversar
Solidão que vai e volta em um olhar
Luar deslumbrante que foi no viajar

Dia límpido que não brilha no acordar
Dor bandida que se atreve a não cessar
Só existe no português e nunca vai nos deixar
Passado distante do recomeçar
Olhos cansados de tanto procurar

Coração vadio que perde o clamar
Sono constante que custa a acabar
Sonho alegre que demora a começar
Vício pertinente que surge no afastar
Arvore que um dia se cansa de frutificar

Distância amarga que cansa de incomodar
Faca amolada que não pára de cortar
Sentimento vazio que mata ao lembrar
Alegria solitária que se esvai no gozar
Carência constante que piora ao chorar

Terreno sombrio que encobre o brilhar
Amor perfeito que quebrou no fraquejar
Despertar do querer contra o abandonar
Lacuna profunda que machuca ao respirar
Sopro da vontade que se cansa de errar

Dação do prazer como fonte do esperar
Rosto enrugado que se perde no penar
Espírito temeroso de abortar
Paixão louca que suplica pelo voltar
Calor do romance doido para queimar

Veículo engasgado que leva a lamentar
Rio petrificado que luta para não sufocar
Verão do coração preso no lamentar
Inverno do amor pirado para desgelar
Lembrança solitária inocente no julgar

Insana pretensão que desaparece no beijar
Propósito doído alucinado por um executar
Carinho inocente que não existe sem brincar
Vibração esquecida que prosseguir é alegrar
Caminho árduo que só é extinto no novo amar



MARCELO G. DOS SANTOS
PAIXÃO, GOL & ROCK N’ROLL
BH, 20/05/2003




homenagem ao dia da poesia 14/03/2005

Poesia... A alma que me acalma


A poesia tontiou a dor e amamentou o prazer
O lamento cubano cicatrizou o coração do yankee
As rimas marcaram a data do casamento do espírito com a mente

A temporada das flores emplacou com uma nota divina
O recado foi dado por uma melodia alada
O verso parou a guerra e renasceu um momento único na terra

O admirador secreto abandonou a timidez embalado pelo vinho
Os conspiradores da hipocrisia padeceram perante a luz de um poema
Românticos são coiotes que uivam venerando os lábios de mel

O amor é uma roleta que supera todas as apostas
Ninguém é mais o mesmo depois da prova do néctar dos trovadores
A combinação perfeita se efetiva no encontro da caneta com o universo

A felicidade transforma marchas fúnebres em loucas baladas
Garotos são veteranos com o transporte do sabor de um beijo apaixonado
Adultos viram crianças com o reencontro de pincéis e tintas


Marcelo G. Dos Santos
Paixão, Gol & Rock N’Roll
BH, 14/03/2005
Homenagem ao Dia da Poesia - 14 De Março
“A poesia é o molho picante para todas as formas de arte”

poema 11/04/2005

Vida


Vitória valente
Verbo vigente
Virada veemente

Valor vibrante
Verdade verdejante
Vassalo vacilante

Viga valorosa
Vontade valiosa
Virtude vigorosa

Vertente violeta
Ventania violenta
Versátil vestimenta

Ventre vitorioso
Vulto viscoso
Vício viçoso


Vadia vaidade
Volante vulgaridade
Vidente vivacidade

Vinho virginal
Volúpia vaginal
Versatilidade vital



Marcelo G. dos Santos
Paixão, Gol & Rock N´ Roll
BH, 11/04/2005

poema 26/04/2005

Uma nação sem noção


O povo chora
Os abastados fazem hora

A criança passa fome
Os políticos liquidam o nome

A bandeira sobe sangrenta
O trabalhador sofre tormenta

O subemprego vira regra
A desilusão é uma imensa pedra

O medo é a vontade afogada
Os brasileiros não seguem a mesma toada

O egoísmo é a moeda de troca
O amor é deixado pela emoção que sufoca

O paraíso só é visto por poucos
Os visionários são tidos como loucos

A juventude vegeta sem ideal
A sociedade cultiva o tratamento desigual


Marcelo G. dos Santos
Paixão, Gol & Rock N´Roll
BH, 26/04/2005

poema 03/05/2005

Labaredas de desejo


Desencontra a toada, rotina cassada
Irriga o coração, ativa a emoção
Desafia a coragem, no limite presta homenagem

É a força do sonho, seu controle é bisonho
Íntimo do pecado, é vendido a atacado
Sua força é suprema, a razão é dilema

Faz o traço da loucura, realizado gera ternura
Seus momentos são de prazer, o fogo é seu lazer
Sua face é o inferno, seu potencial é eterno

Sua essência é o vício, sua conseqüência é o sacrifício
A acomodação traz o tormento, vive-lo é um paradoxo com o sofrimento
O orgasmo é seu prazo, sua religião é o acaso



Marcelo G. dos Santos
Paixão, Gol & Rock N´Roll
BH, 03/05/2005

poema 24/05/2005

Geração inútil


A moda atiça a dor
A vaidade entorpece o amor
O vil metal é o único valor

A ganância neutraliza sua beleza
O egoísmo é sua natureza
A solidão é sua única certeza

O sentimento é comprado
O valoroso é abandonado
O mandato de felicidade é cassado

O beijo é vendido
O sexo é bandido
O carinho não é atendido

O respeito é artigo suspeito
Só o rotulo é aceito
A alienação é o único pleito

A irresponsabilidade não é só uma viagem
A vontade é usada para libertinagem
A futilidade deixa de ser camuflagem


Paixão, Gol & Rock N´Roll
Marcelo G. dos Santos
BH, 24/05/2005


poema 18/07/2005

Coração sangrando

Você me dá um doce, mas queima minha boca
As lembranças são envenenadas por uma doença louca
A maturidade é uma voz rouca

A entrada de seu palácio está escorregadia
Minha dor vira uma obra vadia
O perdão não pode ser uma atitude tão tardia

A solidão novamente pediu-me abrigo
A distância põe a sintonia em perigo
Seu desejo insano acabou comigo

O amor não é uma equação, não tem resposta
No romance a tolerância é a única proposta
A atitude é a eterna aposta

A paixão é uma semente que bem regada germina
A desilusão é uma revolução que domina
A dor abre espaço à carência que a dissemina

A verdade só aparece escrita em brasas
O sentimento viaja em finas asas
O tormento seca o carinho e sucumbe em covas rasas




Marcelo G. dos Santos
Paixão, Gol & Rock N´Roll
BH, 18/07/2005

poema 29/07/2005

Vida sem ideal
Realidade nacional



Busca o modismo e esquece do realismo
Beija a boca e desaba na vontade louca
Finge conforto e ignora o espontâneo aborto

Namora a ilusão e facilmente abandona um irmão
Sobrevive doente e desiste da evolução da mente
Navega sem destino e renega o idealismo latino

Humilha o orgasmo e joga-se ao acaso
Promove o trabalho que escraviza e mata a esperança que ameniza
Desiste de nossa infância e assim aquece a fatal distância

A sociedade é a do preconceito, o visual é o único conceito
A atitude é devassa, o gozo profano é a única taça
A cultura vira objeto exclusivo de museu, a voz atuante é a da Galisteu

O sentimento é isolado e o compromisso é abandonado
Esquece-se que o progresso depende do acesso
A religiosidade deixou de visar à caridade

A formação é degradante e o futuro é frustrante
O romance é passado e o amor é assado
A reforma é ignorada e a futilidade é venerada



Marcelo G. dos Santos
Paixão, Gol & Rock N´Roll
BH, 29/07/2005

poema 23/09/2005

A pobreza da alma


O casamento virou sinônimo de sofrimento
O mascarado é idolatrado
O comodismo nos leva à beira do abismo

As mentes são obras dos dementes
A sintonia acerta a agonia
O orgulho é o nosso pior entulho

A futilidade é o ópio da sociedade
A ostentação é marca de uma nação
O pó é o nosso fim só

A pureza virou um erro contra uma falsa natureza
Os rituais enaltecem os dotes mais banais
O carma se transforma em uma covarde arma

Um pequeno problema gera uma agonia suprema
A rotina é uma maculada piscina
O amor regride para artigo exclusivo do desabor


Marcelo G. dos Santos
Paixão, Gol & Rock N´Roll
BH, 23/09/2005

poema 06/10/2005

O subjetivo a favor do divino


O sorriso afasta o falso juízo
O saber facilita a verdadeira forma de viver
A teoria é uma doce agonia

A ciência é uma louca busca pela nossa essência
A sociedade não busca a luminosidade
A natureza é a tradução da pureza

O sacrifício é uma ilusão societária de artifício
A convicção funciona perante a estudada compreensão
A amizade é uma eterna saudade

A arte é uma divindade à parte
A inteligência divina modifica até a mais infeliz sina
O genial só depende de uma abertura astral

A luz é a força para combater a fiel cruz
A verdadeira missão só ascende diante da necessária evolução
O amor é imutável e a decepção é superável

Até a rotina tem um lado que fascina
O romance é a insuperável chance
A pior doença é a infeliz crença



Marcelo G. dos Santos
Paixão, Gol & Rock N´Roll
BH, 06/10/2005


poema 17/10/2005

O amor...


Não é um mergulho na piscina
Pode ser uma subida na colina
É uma incerta uma sina

Não é o canto da sereia
Pode ser a luz que incendeia
É a incerteza da lua cheia

Não atinge o ser perfeito
Pode candidatar-se a prefeito
É um louco sujeito

Não pode fazer juízo
Pode aguardar o mínimo aviso
É a louca arte do improviso

Não é tortura
Pode ser literatura
É a evolução da ternura





Marcelo G. dos Santos
Paixão, Gol & Rock´NRoll
BH, 17/10/2005



poema 14/10/2005

A evolução depende da dor


A rotina engana alma
O desespero é uma tempestade que acalma
O aprendizado deve vencer o trauma

O hímen abre-se para o prazer
O trabalho é o princípio para o lazer
A ação independe do dizer

O carisma esconde a tristeza
A revolução é necessária para o reinado da certeza
O casulo é uma etapa da real beleza

O guerreiro combate os demônios internos
A coragem revela conquistadores eternos
O ódio busca enganar corações fraternos

O poder só vinga com dignidade
Um beijo atrai saudade
O paradoxo é a arma que cultiva a eternidade

Nossa trajetória sempre reflete a felicidade cabreira
O amor quebra qualquer barreira
A vida é uma complexa torneira





Marcelo G. dos Santos
Paixão, Gol & Rock´NRoll
BH, 14/10/05

poema 24/10/2005

Contrastes em um mundo louco


O carinhoso venera a dor
O romântico tem medo do amor
O guloso não sente sabor

O cachorro adora a carrocinha
O tarado tem horror à calcinha
O careca faz trancinha

O palhaço detesta criança
O certinho se entrega a lambança
O perneta é professor de dança

A princesa anda desgrenhada
O marido transa é com a cunhada
O grande amigo sucumbe em uma punhalada

O milionário vive de salário
O traficante reconhece que é um otário
O ser acomodado muda o cenário

O político tem crise de consciência
A vadia prega a decência
A democracia vira sinônimo de eficiência





Marcelo G. dos Santos
Paixão, Gol & Rock ´N Roll
BH, 24/10/05




poema 29/11/2005

Na busca da obra de uma vida


Inspira cultura nos olhos do aspirante
Encontra o amor sem precisar de ajudante
Os olhos lacrimejam em frente de um campo verdejante

Apaixona-se no andar da mulata
Solitário não cata lata
Na lua cheia não morre por uma bala de prata

A chuva limpa sua alma
A música é uma tristeza que acalma
O singelo é um ato digno de palma

O pássaro acende a pureza adormecida
O ódio é o mais eficaz formicida
O desespero é o tempero do suicida

A luz do sol ativa o sorriso
O detalhe passa a servir de aviso
Evoluir e lutar é preciso
.


Marcelo G. dos Santos
Paixão, Gol & Rock ´N Roll
BH, 29/11/05

poma 24/11/2005

A vaidade burguesa


O desprezo assume a personalidade
A ganância é a única vontade
A companhia não deixa saudade

A rotina se define em uma plástica
O cérebro atrofia e perde qualquer tática
A pobreza é alvo de uma risada sarcástica

O carro importado é o orgasmo
A injustiça não o deixa pasmo
A hidromassagem é seu marasmo

O único amigo é o cabeleireiro
Desconhece o prazer de um boêmio tropeiro
O amor perde a mística para o acúmulo de dinheiro

Entrega-se a prostituta porque é paga
A penúria espiritual é sua maior praga
Na sua escuridão uma faísca vaga

Um sorriso falso é sua obra mais bela
Destilam hipocrisia para a clientela
A favela é um medo vizinho de janela


Marcelo G. dos Santos
Paixão, Gol & Rock N´Roll
BH, 24/11/2005

poema 05/12/2005

Ser jovem,
Ser livre


A juventude desatina
Sua graça combate a rotina
A alegria abre a cortina

Sua moda contraria a sociedade
O beijo é só uma questão de vontade
Seu futuro é a saudade

Seu sorriso é libertário
Sexo é seu maior salário
O tédio estimula a fazer o contrário

Excitação é seu mandamento
Responsabilidade é seu sofrimento
O dia-a-dia não é seu tormento

As espinhas são a sua briga
O coração não é dominado pela intriga
Envelhecer é o demônio que os castiga



Marcelo G. dos Santos
Paixão, Gol & Rock N´Roll
BH, 05/12/2005

poema 14/12/2005

O efeito da globalização


No trabalho só restam concorrentes
Nas escolas formam-se dementes
A caridade não se solta das correntes

Deus é só uma pintura na parede
A hipocrisia é a única pesca de sua rede
A matéria é a louca sede

A depressão é uma amarga rotina
A futilidade é uma constante sina
O egoísmo é a eterna ruína

O contraste social aflige a sociedade
O miserável nunca satisfaz sua vontade
O milionário vive uma falsa verdade

O caminho do mal é mais chamativo
O materialismo é o máximo atrativo
O oportunismo é o elemento mais ativo

O imperialismo domina o talento
A cultura de massa é um tormento
O amor virou um vencido alento


Marcelo G. dos Santos
Paixão, Gol & Rock N´Roll
BH, 14/12/2005

poema 15/12/2005

O que vale é o amor


O brilho do ouro é pouco vindouro
A tentação sexual é sempre ocasional
A beleza é algo que morre por natureza

A rotina encobre a obra que fascina
O medo sepulta o segredo
A coragem é a única passagem

A ausência instala a indecência
O culpado não deixa recado
O limite é um mero palpite

A depressão inibe o sentido maior da emoção
O metido ocupará a vaga do sofrido
A sucata é um passado que maltrata

O afoito se perde na vibração do coito
O solitário foi um grande otário
Amar é se deixar achar





Marcelo G. dos Santos
Paixão, Gol & Rock ´N Roll
BH, 15/12/2005

poema 05/01/2006

Os caminhos tortuosos da fase adulta


A sociedade lhe impõe uma vida de chatice
Os zumbis de gravata organizam a idiotice
O boteco é a fuga da babaquice

Você não pode mais gostar de toddynho
O choro é ignorado se for sozinho
A fraqueza é imposta ao carinho

A tragédia passa a ser alvo do cotidiano
Vagabundo passa a ser um pensador praiano
As cobranças são um sofrimento troiano

O modelo de felicidade é o milionário solitário
O romantismo é para o pseudo-otário
A caridade sobrou para o retardatário

As esmolas na igreja estimulam a falta de vergonha
A situação perdeu e a oposição despediu a cegonha
Na atualidade o idealista é visto como um pamonha

O último a sair paga a conta da luz
As idéias proveitosas foram pregadas na cruz
A realidade faz e o sexo traduz


Marcelo G. dos Santos
Paixão, Gol & Rock N´Roll
BH, 05/01/2006

poema 20/01/2006

Dor Latente


A madrugada perde o brilho
A vida sai do trilho
A solidão tem o tormento como filho

O beijo ardente sai de cena
O combate é contra a pena
A tatuagem no coração era de rena

A impaciência se transforma em tédio
Atos precipitados podem não ter remédio
O futuro forçado é um presente médio

A liberdade da espaço a libertinagem
O desequilíbrio abre passagem
A infelicidade é a mais perdida viagem

A plenitude depende da morte do egoísmo
A fé é a força contra o pessimismo
Não existem vencedores no fundo do abismo

As lágrimas não cicatrizam o ferimento
A superação depende de acalmar o pensamento
A covardia é a face mortal do sofrimento


Marcelo G. dos Santos
Paixão, Gol & Rock ´N Roll
BH, 20/01/2006

poema 15/10/2003






Bela...


Beleza sedutora que desfila na passarela
Criança, pessoa, mulher como só ela
Lua carinhosa, mais do que bela

Dengosa, carente de uma piscadela
Talento gritante que deixa seqüela
Geografia doce que logo se revela

Querida dos sonhos da sentinela
Moça da paisagem juvenil da janela
Menina, amante que pode ser donzela

Morena dos traços do artista inspirando uma intensa tela
Salvadora ou perdição depende da capela
Criação do perito nas noites em que zela

















Livre como um suspiro, não pode ir para a cela
Rosa vermelha, mais vibrante do que a amarela
Poética como dia de batuque na favela

Lábios molhados que queimam como vela
Desejos que não são vendidos por bagatela
Ardência contida que quando se solta gela

Olhos transparentes da paixão que é sincera
Sorriso cativante que reanima o que já era
Cheiro sedoso da essência da primavera

Romântica luz que luta contra a mazela
Muito mais cravo e canela do que Gabriela
Atraente mistério que só se traduz no peito dela




MARCELO G. DOS SANTOS
PAIXÃO, GOL & ROCK N’ROLL
15/10/2003