domingo, 10 de junho de 2007

poema 10/02/2004

Limite para o desespero


Beija a moça e adentra o medo
A rotina bate à porta do quarto do agora ameaçado prazer
Luta-se para o doce deleite tem-se a desilusão do oposto

Bebe cachaça e sente gosto de sangue
Riu da desgraça e caiu em trapaça
Prova o orgasmo e cospe o sentimento

Opina sobre todos os poderes e não tem poder nem sobre si mesmo
Critica o choro enquanto um rio de lágrimas transborda no peito
O amor perde seu espaço pra o lado cruel do instinto

A covardia tem mais espaço que o ato de entrega
A banalidade supera a força mágica da cultura
A criança não pode mais brincar na inocência

O carnaval é mais fundamental que os outros amanhãs
O ser humano se transformou em uma ilha cercada de mágoas
Um apaixonado passa a ser artigo de museu




MARCELO G. DOS SANTOS
PAIXÃO, GOL & ROCK N’ROLL
BH, 10/02/2004

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