domingo, 10 de junho de 2007

poema 08/09/2004

Contrastes Sociais


O rico desperdiça, o pobre revira a carniça
O rico ostenta, o pobre lamenta
O rico desfila, o pobre encara mais uma fila
O rico se delicia com o sorvete, o pobre entra no cacete

O rico engorda a conta do banco, o pobre rala como saltimbanco
O rico come caviar, o pobre nem lembra o que é jantar
O rico faz vários planos, o pobre sofre com uma vida cheia de enganos
O rico sai na coluna social, o pobre tem o corpo estirado na página policial

O rico fatura uma jóia, o pobre luta em uma guerra mais sangrenta do que a de tróia
O rico vive na paz do rendimento, o pobre cala a boca de fome do filho em tormento
O rico vive um sonho, o pobre vê a realidade tristonho
O rico nada na fortuna viciante, o pobre se afoga na miséria latejante

O rico superfatura o segredo, o pobre liquida em suaves prestações o seu medo
O rico afasta o carinho, o pobre foge sozinho
O rico engana a ferida, o pobre reza por um segundo de sorte na vida
O rico ignora a ternura, o pobre sucumbe perante a eterna tortura



Marcelo G. dos Santos
Paixão, Gol & Rock N´Roll
Campos dos Goitacazes/RJ, 08 de Setembro de 2004

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