domingo, 10 de junho de 2007

poema 02/12/2003

À flor da pele


Sinto com furor a brisa do fim do entardecer
Lamento a navegada do Porto Seguro
Sacudo a poeira da agenda de telefones
Faço dueto com os pássaros no triste canto do princípio das manhãs

Esqueço como é o dormir e o despertar
Evito a luminosidade das flores
Esbarro nos mendigos e peço um abraço amigo
Ando passos sem rumo em direção a imensidão sem chegada

Valorizo o real e me perco no ilusório
Rio sem sorrir, sinto precisando tocar
Admiro e sofro com casais enamorados
Socializo minhas lágrimas

Arrebento a corda que sustenta a voz da emoção
Tranco a porta que guarda as lembranças
Brigo com o tempo que lembra e faz esperar
Grito palavrões com a decepção ao luar

Cerco-me com grades de desilusão
Espanco com palavras e defendo com rosas
Suicido a lógica e renasço no absurdo
Clamo por força e creio no poder do coração




MARCELO G. DOS SANTOS
PAIXÃO, GOL & ROCK N´ROLL
BH, 02/12/2003

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