17 preto e 37 vermelho...
Mara era uma professora de universidade pública, 37 anos e, muitos sonhos decepados. Ela era casada com Sérgio, agrônomo, 38 anos, mais interessado em suas pesquisas e pastagens do que propriamente em Mara.
Nossa professora tinha um grande vício, que não era segredo para ninguém, menos para seu marido que também não notava isto nela, ela era viciada em jogo. Era louca por qualquer jogatina: carteado, bicho, bolão e seu principal prazer; o jogo de roleta. Desde que se casou com Sérgio, há 20 anos, ela sempre cravava todas as fichas no 17 preto e nunca ganhou um mísero centavo. Essa rotina de jogos e principalmente de roleta do 17 preto se repetia todos os dias, religiosamente.
Nossa querida viciada era uma professora medíocre, mecânica, como todos nós já tivemos um dia. Fingia que dava aula e os alunos fingiam que aprendiam, mas sabe como é, lecionava comunicação social em uma universidade de um estado mais do que sucateado. (olha que novidade!!!) As exigências eram mínimas, ela saia com sua graninha no fim das contas e os pobres discípulos saiam com seu diplominha surrado debaixo do braço.
Sua vida era realmente bem chata, mas deixava para lá, abstraía os pensamentos de revolução de sua mente e sobrevivia como um verme pegando as rebarbas.
Vamos falar de Sérgio, importante cientista agrônomo de uma renomada universidade brasileira. Passava a maior parte de seu tempo viajando, visitando fazendas e testando suas fórmulas mirabolantes para melhorar a agricultura brasileira, sua grande e verdadeira paixão. De vez em nunca, ia visitar sua casa e fazia um sexo burocrático com sua Marinha. Só conseguindo atingir o orgasmo, quando se concentrava nas tetas das vacas da fazenda que visitara no dia anterior.
O casal ia fingindo e subtraindo, levando sua vida de comodismo e displicência matrimonial; até que um dia...
Mara saia da universidade completamente fria como um picolé no pólo norte, seguindo sua irritante rotina, em rumo ao destino de seu único terrível prazer: o Cassino.
Adentra o recinto cumprimenta o porteiro, que como ela já está por aquelas bandas por umas duas décadas e segue para o caixa. Compra 37 fichas e segue para sua adorada mesa de roleta.
Senta-se e diz para o crupiê :
- Jorge, como sempre todas as 37 no 17 preto!
O crupiê acata o pedido, fecha as apostas e roda a roleta. Para variar um pouquinho, adivinha? Nossa ilustre viciadinha perde mais uma vez.
Ela como já estava mais do que acostumada, nem teve qualquer reação contrária, friamente se levantou e se encaminhou para continuar sua vidinha sem sabor. Quando algo inesperado aconteceu...
Um homem de seus 30 e alguns anos se levanta no fundo cassino e corre em sua direção e a segura vorazmente pelo braço. Mara se assusta e já se vira com a intenção de deixar suas garras naquele ser atrevido. Mas, no momento em que vira seu rosto para enfrentar o indelicado homem, seus olhos vão de encontro com os dele, uma sensação nunca sentida invade seu todo e ela desmaia.
Depois de muita água na cara, Mara desperta e a primeira coisa que dá de encontro é com aqueles olhos que lhe fizeram desfalecer. Só que dessa vez ela encara e percorre o restante do corpo daquele homem e o que encontra e mais do que satisfatório. Ela vê um homem alto, moreno, de cavanhaque bem aparado, um rosto pacato, um olhar terno e sensual na mesma medida.
O homem a pergunta:
- Como está a senhora? Desculpe se a assustei!?
Mara quase que levantando umas toneladas consegue se pronunciar:
- Estou bem, obrigado! Eu tenho pressão baixa, por isso desmaiei!
Inventa a antes pouco criativa mulher.
O rapaz completa:
- Você precisa de alguma coisa!
Mara ainda embasbacada com a beleza daquele homem, responde:
- Não obrigado. Mas, para falar a verdade, acho que preciso é jogar novamente!
Afirma já buscando sua bolsa no chão e a revirando para achar o dinheiro para as 37 fichas. Coloca sua bolsa de ponta a cabeça, mas não acha um centavo, seu pagamento atrasou (rotina de funcionário público) e sua feição agora é de frustração!
O galante moreno presenciando aquela cena vai até o caixa disfarçadamente, sem Mara perceber, fala algo para o funcionário e pega 37 fichas.
Chega em frente de nossa agora desconsolada viciada, estica a mão e fala docemente:
- Aqui estão, 37 fichas. Não é isso que você sempre joga!
Mara completamente surpreendida, pega as fichas e ainda consegue indagar:
- Como você sabe que eu sempre jogo 37 fichas?
O homem responde pacientemente:
- Deve ter uns dois meses que sempre vejo você aqui no cassino. Meu pai era o dono disso tudo aqui, só que ele morreu no mês retrasado e tive que vir da França para assumir o cassino. Mas, sempre reparei em você e na sua cisma em comprar todos os dias 37 fichas e, jogar todas no 17 preto!
Ela encabulada de ser alvo de tanta atenção de um homem tão interessante, fica sem fala, mas completamente fascinada por aquele ser tão único.
O dono do cassino reparando na timidez que se instalou naquela mulher a sua frente, comenta:
- Nossa, você fica ainda mais bonita assim, caladinha! Não vai jogar não?
Ela como tentando se recompor, mas mais vermelha ainda, se dirige a mesa de roleta e se senta. O homem fascinante senta ao seu lado e pergunta:
- Você vai jogar todas as fichas no 17 preto novamente? Você nunca pensou em mudar?
Mara como que renascendo responde:
- É mesmo, eu jogo sempre nesse 17 preto, isso já tem vinte anos, nunca ganhei um centavo. Pode ser a hora de mudar!
Abrindo um sorriso que nestes 20 anos nunca tinha sido despertado, ela acrescenta:
- Já que você me atinou para isso, me dê uma sugestão de jogo, por favor!
O dono do cassino já estava com a resposta na ponta da língua:
- Ora essa, jogue no 37 vermelho! Pode ter certeza que vai ganhar!
Ela dotada de uma segurança inédita, resolveu seguir a sugestão de seu técnico de jogo e do coração. Pegou as 37 fichas e colocou todas no 37 vermelho, dando uma gargalhada de satisfação e afirmando para o crupiê:
- Pode rodar que essa eu vou ganhar!
Diz totalmente satisfeita olhando para seu belo tutor.
O crupiê gira a roleta e...
- 37...Vermelho!!!
Grita o funcionário emocionado!
Mara em completo estado de êxtase pula da cadeira e cai nos braços daquele moreno inspirador, como em uma cena de cinema, seus lábios vão lentamente de encontro aos lábios daquele despertador de almas perdidas. Eles ficam vários instantes se entrelaçando, soltando faíscas de paixão e inveja nos que eram espectadores daquele momento de total fascínio.
O funcionário do cassino vem trazendo vários pacotes de notas na direção de nossa agora sortuda e descabelada professora de paixão; pára a sua frente e diz:
- Aqui está minha senhora, o seu prêmio, 37 mil reais!
Mara sem desgrudar de seu macho estimulador e com uma voz de deleite, afirma:
- Preciso desse dinheiro não, distribua para todo mundo aqui no cassino. Meu verdadeiro prêmio está aqui, deliciosamente nos meus braços!
Larga a fala e o dinheiro se engalfinhando com seu Deus da Perdição, lhe lascando um beijo dotado de brasas mais ardentes que as do inferno em dia de carnaval!!!
MARCELO G. DOS SANTOS
PAIXÃO, GOL & ROCK N’ROLL
BH, 05/11/2003
Mara era uma professora de universidade pública, 37 anos e, muitos sonhos decepados. Ela era casada com Sérgio, agrônomo, 38 anos, mais interessado em suas pesquisas e pastagens do que propriamente em Mara.
Nossa professora tinha um grande vício, que não era segredo para ninguém, menos para seu marido que também não notava isto nela, ela era viciada em jogo. Era louca por qualquer jogatina: carteado, bicho, bolão e seu principal prazer; o jogo de roleta. Desde que se casou com Sérgio, há 20 anos, ela sempre cravava todas as fichas no 17 preto e nunca ganhou um mísero centavo. Essa rotina de jogos e principalmente de roleta do 17 preto se repetia todos os dias, religiosamente.
Nossa querida viciada era uma professora medíocre, mecânica, como todos nós já tivemos um dia. Fingia que dava aula e os alunos fingiam que aprendiam, mas sabe como é, lecionava comunicação social em uma universidade de um estado mais do que sucateado. (olha que novidade!!!) As exigências eram mínimas, ela saia com sua graninha no fim das contas e os pobres discípulos saiam com seu diplominha surrado debaixo do braço.
Sua vida era realmente bem chata, mas deixava para lá, abstraía os pensamentos de revolução de sua mente e sobrevivia como um verme pegando as rebarbas.
Vamos falar de Sérgio, importante cientista agrônomo de uma renomada universidade brasileira. Passava a maior parte de seu tempo viajando, visitando fazendas e testando suas fórmulas mirabolantes para melhorar a agricultura brasileira, sua grande e verdadeira paixão. De vez em nunca, ia visitar sua casa e fazia um sexo burocrático com sua Marinha. Só conseguindo atingir o orgasmo, quando se concentrava nas tetas das vacas da fazenda que visitara no dia anterior.
O casal ia fingindo e subtraindo, levando sua vida de comodismo e displicência matrimonial; até que um dia...
Mara saia da universidade completamente fria como um picolé no pólo norte, seguindo sua irritante rotina, em rumo ao destino de seu único terrível prazer: o Cassino.
Adentra o recinto cumprimenta o porteiro, que como ela já está por aquelas bandas por umas duas décadas e segue para o caixa. Compra 37 fichas e segue para sua adorada mesa de roleta.
Senta-se e diz para o crupiê :
- Jorge, como sempre todas as 37 no 17 preto!
O crupiê acata o pedido, fecha as apostas e roda a roleta. Para variar um pouquinho, adivinha? Nossa ilustre viciadinha perde mais uma vez.
Ela como já estava mais do que acostumada, nem teve qualquer reação contrária, friamente se levantou e se encaminhou para continuar sua vidinha sem sabor. Quando algo inesperado aconteceu...
Um homem de seus 30 e alguns anos se levanta no fundo cassino e corre em sua direção e a segura vorazmente pelo braço. Mara se assusta e já se vira com a intenção de deixar suas garras naquele ser atrevido. Mas, no momento em que vira seu rosto para enfrentar o indelicado homem, seus olhos vão de encontro com os dele, uma sensação nunca sentida invade seu todo e ela desmaia.
Depois de muita água na cara, Mara desperta e a primeira coisa que dá de encontro é com aqueles olhos que lhe fizeram desfalecer. Só que dessa vez ela encara e percorre o restante do corpo daquele homem e o que encontra e mais do que satisfatório. Ela vê um homem alto, moreno, de cavanhaque bem aparado, um rosto pacato, um olhar terno e sensual na mesma medida.
O homem a pergunta:
- Como está a senhora? Desculpe se a assustei!?
Mara quase que levantando umas toneladas consegue se pronunciar:
- Estou bem, obrigado! Eu tenho pressão baixa, por isso desmaiei!
Inventa a antes pouco criativa mulher.
O rapaz completa:
- Você precisa de alguma coisa!
Mara ainda embasbacada com a beleza daquele homem, responde:
- Não obrigado. Mas, para falar a verdade, acho que preciso é jogar novamente!
Afirma já buscando sua bolsa no chão e a revirando para achar o dinheiro para as 37 fichas. Coloca sua bolsa de ponta a cabeça, mas não acha um centavo, seu pagamento atrasou (rotina de funcionário público) e sua feição agora é de frustração!
O galante moreno presenciando aquela cena vai até o caixa disfarçadamente, sem Mara perceber, fala algo para o funcionário e pega 37 fichas.
Chega em frente de nossa agora desconsolada viciada, estica a mão e fala docemente:
- Aqui estão, 37 fichas. Não é isso que você sempre joga!
Mara completamente surpreendida, pega as fichas e ainda consegue indagar:
- Como você sabe que eu sempre jogo 37 fichas?
O homem responde pacientemente:
- Deve ter uns dois meses que sempre vejo você aqui no cassino. Meu pai era o dono disso tudo aqui, só que ele morreu no mês retrasado e tive que vir da França para assumir o cassino. Mas, sempre reparei em você e na sua cisma em comprar todos os dias 37 fichas e, jogar todas no 17 preto!
Ela encabulada de ser alvo de tanta atenção de um homem tão interessante, fica sem fala, mas completamente fascinada por aquele ser tão único.
O dono do cassino reparando na timidez que se instalou naquela mulher a sua frente, comenta:
- Nossa, você fica ainda mais bonita assim, caladinha! Não vai jogar não?
Ela como tentando se recompor, mas mais vermelha ainda, se dirige a mesa de roleta e se senta. O homem fascinante senta ao seu lado e pergunta:
- Você vai jogar todas as fichas no 17 preto novamente? Você nunca pensou em mudar?
Mara como que renascendo responde:
- É mesmo, eu jogo sempre nesse 17 preto, isso já tem vinte anos, nunca ganhei um centavo. Pode ser a hora de mudar!
Abrindo um sorriso que nestes 20 anos nunca tinha sido despertado, ela acrescenta:
- Já que você me atinou para isso, me dê uma sugestão de jogo, por favor!
O dono do cassino já estava com a resposta na ponta da língua:
- Ora essa, jogue no 37 vermelho! Pode ter certeza que vai ganhar!
Ela dotada de uma segurança inédita, resolveu seguir a sugestão de seu técnico de jogo e do coração. Pegou as 37 fichas e colocou todas no 37 vermelho, dando uma gargalhada de satisfação e afirmando para o crupiê:
- Pode rodar que essa eu vou ganhar!
Diz totalmente satisfeita olhando para seu belo tutor.
O crupiê gira a roleta e...
- 37...Vermelho!!!
Grita o funcionário emocionado!
Mara em completo estado de êxtase pula da cadeira e cai nos braços daquele moreno inspirador, como em uma cena de cinema, seus lábios vão lentamente de encontro aos lábios daquele despertador de almas perdidas. Eles ficam vários instantes se entrelaçando, soltando faíscas de paixão e inveja nos que eram espectadores daquele momento de total fascínio.
O funcionário do cassino vem trazendo vários pacotes de notas na direção de nossa agora sortuda e descabelada professora de paixão; pára a sua frente e diz:
- Aqui está minha senhora, o seu prêmio, 37 mil reais!
Mara sem desgrudar de seu macho estimulador e com uma voz de deleite, afirma:
- Preciso desse dinheiro não, distribua para todo mundo aqui no cassino. Meu verdadeiro prêmio está aqui, deliciosamente nos meus braços!
Larga a fala e o dinheiro se engalfinhando com seu Deus da Perdição, lhe lascando um beijo dotado de brasas mais ardentes que as do inferno em dia de carnaval!!!
MARCELO G. DOS SANTOS
PAIXÃO, GOL & ROCK N’ROLL
BH, 05/11/2003
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