quinta-feira, 7 de junho de 2007

texto sobre o dia do trabalho

O dia do trabalho...


Trabalho=exercer atividade física ou psicológica, tarefa. São definições do dicionário, são traduções do dia primeiro de maio no Brasil. O trabalhador brasileiro só exerce a atividade ou tenta exercer (desempregado) e não recebe dignamente por ela, ganha esmolas para não morrer de fome ou fingir que não está morrendo.
Que dia do trabalho é esse em que milhões de brasileiros estão desempregados e mais milhões penam em subempregos? Que 1º de Maio é esse em que só os barões desfrutam dos lucros, em suas piscinas dentro de condomínios fechados e a ralé faz churrasco de gato? Este é o Brasil, hoje está mais para o dia da injustiça social do que para o dia do trabalho.
Façam uma reflexão: Nosso presidente vai, desde os meados dos anos 70, em uma missa que comemora o dia do trabalho no ABC paulista, sua terra de coração. Eu disse vai, então errei, ele ia. Hoje o digníssimo preferiu ficar em Brasília descansando com a família (não sei de que), ao invés de reencontrar suas raízes com a classe operária (está precisando em caráter de urgência presidencial).
Olha que sou de esquerda, mas espera aí; o Lula que não é mais de esquerda, se bobear nunca foi. Foi só o PT chegar ao poder supremo que mostrou sua verdadeira face de PMDB: não estou nem aí para o povo, quero é puxar o saco de quem me colocar no poder por mais tempo. Mas, política é assim, com o Lula está ruim, com FHC e PSDB era bem pior e ainda vai ser (vem aí Aecinho cheirador).
O povo é que se lasque que passe fome; que ganhe R$ 380,00 ou menos (na maioria das vezes) sucumba na marginalidade e não falta de decência de vida. Como disse hoje José Simão, em sua coluna no jornal Folha de S. Paulo: “Dia do trabalho só é ruim para os desempregados, pois é feriado e eles não podem nem procurar emprego”.
Espero que um dia eu escreva novamente sobre o dia 1º de maio e fale das melhorias feitas pelo nosso governo, de um salário mínimo que não seja mínimo, de uma valorização da mão-de-obra, que não seja mais quase escrava. Que seja o fim dessa terceirização arrasadora, de aproveitadores estrangeiros que escravizam nosso povo, estabelecendo e sacramentando o subemprego como única alternativa. Alternativa esta, onde o único que leva ferro é o trabalhador, que vê um salário que vale 600,00 virar um de 300,00 em um passe de caneta do dono da grande empresa.

Não temos mais a relação direta do trabalhador com a empresa, ninguém sabe ao certo quem é seu patrão e a quem devem procurar para fazer valer seus direitos. Isto é fato, com o boom das empresas de recursos humanos, a consolidação das empresas estrangeiras de terceirização, o sucateamento de nossos sindicatos e centrais sindicais (atuais cabides de empregos e forma real de faturamento ilícito de seus dirigentes).
Tudo na vida acaba. Nada é para sempre. Muito menos a dor e a provação. Nosso país ainda vai brilhar sem ter que ser só no esporte, mas também na educação, ciência, desenvolvimento social. Acredito que as esperanças verde-amarelas sobrevivam como aquela sogra que se chamava esperança, que foi a última que morreu.
Vamos acreditar camaradas. Brasileiro tem essência de lutador, mas com prudência e inteligência, sempre. Como disse nosso verdadeiro companheiro Che Guevara “Endurecer sempre, mas perder a ternura; jamais”.





Marcelo G. dos Santos
Paixão, Gol & Rock N´Roll
BH, 1º de maio de 2007.

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