Burguesia qualquer nota
O livre pensador fica preso nos
cubos de gelo de suas aspirações
A patricinha se sente perseguida
pela natureza morta de suas roupas
O materialista fica cego com o
brilho do ouro de seus pensamentos
O amor é negociado caro nas
vitrines enganosas do shopping
Tendências de moda são vomitadas
em uma cultura sem freio
Caçadores de alma se perdem com
tanta concorrência desleal
O álcool dos veículos importados
é despejado na garganta de seus donos
O açougue de corpos femininos tem
sua liquidação decretada
Uma classe é trancafiada em suas
prisões de neuras e demônios
O poder é celebrado em festas regadas
a nevascas de pó e cascatas de uísque
Crianças são criadas por babás
satânicas do consumismo
Mercados são abertos com a
intensão de vampirizar o povo
O imponente condomínio rivaliza
com a vizinha laje do desespero
Carinhos são vendidos em uma
feira de egos inflados
O exclusivo perfume burguês mascara
a treva fétida de seu coração corrompido
A vaidade é alimentada pela sonda
eterna da ganância
Desejos frívolos são prioritários
na base de seu reinado
Adolescentes são forçados a serem
camaleões andróginos
Marcelo G. dos
Santos
Belo Horizonte, MG,
11 de Abril de 2012
Blog:
paixaogolerocknroll.blogspot.com
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