quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Milhas depois...

Milhas depois...


A poeira da rodovia não afasta sua miragem
Perdi o rumo passei a meditar
Sonhei que os escorpiões do deserto te trouxeram para mim

Você foi embora e minha saudade te trouxe a vida
O malte torrado da cerveja traz sua imagem no bar da autopista
O sol escaldante fez sua mágica em minha mente

A sombra do diabo tenta confundir a trilha do caminho correto
A alma clama por liberdade na prisão de areia
O forte apache do amor resiste contra os legionários da dor

O beijo apaixonado purifica a espada do guerreiro
O faraó manda liquidar o exterminador de sonhos
O camelo revolucionário explode a jaula da falsa oportunidade

A atitude faz diferença contra o hipócrita discurso
O não ganha um contorno alado de sim
O renascer aparece para colocar por terra o eterno adormecer

O sentido ganha fé de caótico
O recado abre alas para a lei da estrada sem normativa
A tempestade manda a solidão para o limbo da detenção de pedra


Marcelo G. dos Santos
Belo Horizonte, 29 de Dezembro de 2011
Blog: paixaogolerocknroll.blogspot.com

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Tempo de Saudade...

Tempo de Saudade...




Sentimento que bate e não pergunta a idade

Brincadeira de criança em outra realidade

Beijo apaixonado que deixa a vontade


Momento único que traz a pura felicidade

Um tímido olhar que conta a verdade

Situação fogosa que tira sua santidade


Cheiro viciante que extrapola a complexidade

Um refúgio em uma desligada e fria sociedade

Dias assim contra uma falsa excentricidade


Um orgasmo que humilhou a vulgaridade

Sinal que retoma uma velha e produtiva rivalidade

Ruínas que dantes foram uma bela cidade


Alimento da alma e a luz é sua velocidade

Não aprisiona e conserva a privacidade

De um carinho que emana uma eficaz suavidade


Um passeio no parque traz a tona sua cara metade

É a espada de ouro contra um tempo de crueldade

Busca ferrenha por uma vital necessidade


É uma falta que não passa sem sagacidade

Atemporal e emite o alvará de uma sutil liberdade

Sonhos que remetem a uma doce mocidade




Marcelo G. dos Santos

Belo Horizonte, 21 de Dezembro de 2011

Blog: paixaogolerocknroll.blogspot.com

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Canto da Sereia

Canto da Sereia


A carinha de anjo te leva ao convívio dos demônios
A hipocrisia te transporta a um constante questionamento
A lógica não opera tira férias nas asas do condor

O ouro dantes brilhante agora é carvão e fuligem
O amor virou alvo exclusivo de contos de fadas
O navio que viaja ao som da melodia se perdeu nos mares

Imagens psicodélicas contrastam com números frios
A incrível geleira descongelou e virou hotel de luxo
A sanidade pede água em meio a um deserto de ilusões

Jovens tocam o violão da inábil transformação
Os anjos tocam peitos carentes de ternura
Legiões se digladiam sem saber qual será o troféu

Sapos oscilam a forma com encantados príncipes
Sábios iludem para beberem o fel da decepção
Contrassensos são difundidos pela rede mundial

Enchentes de vaidades levam beijos vendidos
Almas são cortadas com a navalha da dúvida
A salvação é de quem tem fé e espírito de criança



Marcelo G. dos Santos
Belo Horizonte, 13 de Dezembro de 2011
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terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Amor Bandido

Amor Bandido



Tem excitação pelo desconhecido

Os olhos brilham com o oculto

O proibido fascina e gera conflitos



Os hormônios gritam em manifesto pela liberdade

A rebeldia sangra o órgão vital

Desejos deixam de serem cultuados em segredo



Sentimentos colidem no ar com cegonhas

Pedaços são arrancados cirurgicamente

A juventude transcende os limites do medo



O grisalho observa com inveja a revolução do arriscar

Passagens marcantes se imortalizam no passaporte da história

O álcool corroeu as paredes da sensatez



Feras são soltas em palavras e em atitudes

Reformatórios são tratados como hotéis de luxo

O gosto pelo perigo leva a ousadias inexplicáveis



O novo vive em cada beijo de louca paixão

Sensações embriagam no movimento do vento da mudança

A vida é desnuda em um ato enérgico de desespero



Marcelo G. dos Santos

Belo Horizonte, 06 de Dezembro de 2011

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quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

O último suspiro do boto cor-de-rosa

O último suspiro do boto cor-de-rosa




Não matem o pulmão da terra temos que respirar nossa liberdade

Preservem nossa farmácia natural da tensa crueldade

Precisamos de incisivas ações e de muita força de vontade



Não façam o Curupira perder sua morada

Não se percam em uma infeliz caçada

Defendam uma ideia verde e apaixonada



Que a cachoeira da coragem lave o nosso povo

A ternura de um animal silvestre desponte o caminho de novo

O espírito de um índio guerreiro nos preste socorro



A atitude tem que ser agora não pode ser tardia

Não podemos esbarrar em uma política ambiental de pura burocracia

É uma vergonha extinguir um mico leão e sua ousada acrobacia



Nesse ritmo a amortização de várias espécies é uma certeza

Seca-se a água límpida antes dela chegar à represa

Agridam-se todos os essenciais da natureza



A onça pintada ficará somente nas histórias da tribo no fim da noite

O boto não irá virar rapaz ficará na dor do açoite

Até a coruja pagará pernoite




Marcelo G. dos Santos

Belo Horizonte, 26 de Outubro de 2011

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