terça-feira, 31 de julho de 2012

Golpe Civil

Golpe Civil




Estamos vivendo 40 anos do golpe militar, ouça bem, golpe militar, não revolução de 64. Um golpe que foi uma vergonha introduzida pelos militares, fantoches medíocres dos estadunidenses, que mancharam nossa história com o sangue de guerreiros que buscavam só uma janela para respirarem um ar verdadeiramente puro.
A cultura foi uma arma sutil contra o abuso da antidemocracia, nós, brasileiros, crescemos nosso poder de comunicação inteligente, agentes secretos contra um governo de mulas cegas e loucas para dar um tremendo coice.
Hoje, século XXl, vivemos uma ditadura civil, o povo não tem o direito de viver, só de sobreviver. O ritual do sub-emprego e da renda miserável está sendo jogado goela abaixo dos cidadãos brasileiros. Os ricos cada vez mais ricos e os pobres muitas vezes desencarnam antes de aparecerem nas estatísticas.
Os mesmos poderosos da época do golpe militar estão no comando do golpe civil. O capitalismo cada vez mais, vai tentando matar o espírito e está produzindo em larga escala, uma série de zumbis que nascem de cartão mastercard dentro das fraudas. Quem sentia na pele a censura, a repressão e lutava contra a opressão, chora com a realidade. Hoje, a maioria é vítima de uma propaganda maléfica bem feita, que entorpece e dissemina uma cultura fútil e cada vez mais inútil.
Agora estamos afogados em uma ditadura invisível. Antes sabíamos quem era nossos inimigos, agora eles nos ferram e nos não sabemos a quem procurar para decretar a forra. Nossos opressores evoluíram e nos regredimos, não temos o espírito guerreiro que tínhamos e nossos ditadores estão ainda são mais cruéis. Na época do golpe militar éramos torturados na parte física, nos dias de hoje, somos vítimas de uma tortura física, social, econômica e psicológica.
Política não é para acadêmico, é para todos, quem não se compromete com seu país, esquece-se que isto é um reflexo imediato de dia-a-dia. Hoje, vive-se em uma prisão sem grades, sem guardas, mas sem fuga. Quem tenta fugir, testa a violência da exclusão social. A única forma de derrubar o golpe civil é a união, do lavador de carros ao empresário bem sucedido.


O sucesso de um não é real sucesso, a glória é atingida pela satisfação de uma nação, da gama de pessoas. Em 85, existiu as diretas já, para redemocratizar o país, nos tempos atuais, precisamos do movimento da satisfação já. Temos que parar de nos conformarmos com salários ridículos e de suarmos para poder ter um segundo de sorriso.
O país é nosso, o direito a igualdade é nosso, vamos botar para fora a ditadura dos capitalistas e colocarmos a justiça no poder. Vence quem merecer vencer, não o que é filho do diretor chefe. Vamos adentrar a era do talento e expulsarmos a era do jeitinho, do QI (Quem indica).
Somos dominados pelos países do 1º eixo, por sermos desorganizados e injustos com nós mesmos. É como os portugueses dominaram os índios em nossos primórdios, por desconhecimento de nosso próprio potencial. Fora colonialismo e imperialismo. Vamos dar boas-vindas a revolução do amor, da satisfação, da justiça, da igualdade.
A palavra de ordem é a evolução, nossa política tem que evoluir, nossos espíritos tem atingir o grau da evolução de luz. Luz que nos guia no caminho do descaso que vivemos a tanto tempo. Ditadura de qualquer forma nunca mais, nossa cultura é que tem que evoluir não a forma de dominação. Uma ode ao pensamento e uma vaia ao conformismo!




MARCELO G. DOS SANTOS
PAIXÃO, GOL & ROCK N’ROLL
BH, 31/03/2004

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