terça-feira, 31 de julho de 2012

A escravidão ainda é aqui...

A escravidão ainda é aqui...


Inocentes daqueles que pensam que a escravidão foi abolida em 1888. Ela está aqui e ainda mais forte em nosso país, Brasil. Nem princesa Isabel conseguiria extinguir a nossa concepção atual de escravidão. Antes só os negros eram escravos, agora são pretos, brancos, pardos, índios, cafuzos, mulatos, orientais, cor-de-rosas...
O Brasil vem criando uma realidade que escraviza cada vez mais seus cidadãos. Os milionários cada vez mais abastados morrem de medo e os pobres cada vez mais miseráveis morrem de fome. Uma cultura que reforça e alimenta esta idéia é a do subemprego. Criada para explorar a mão-de-obra brasileira, iludir o empregador da terra e beneficiar somente o estrangeiro que tem mão-de-obra barata, quase dada, e um lucro gigantesco.
Quantos brasileiros têm que acordar com o galo ainda debaixo das cobertas e se transformar em sardinha dentro de uma lotação. Quantos patrícios ganham esmolas cantadas como salários e têm que virarem mandrakes, fazendo o orçamento emagrecer e satisfazer.
Nosso país é formado por muito mais bundas do que mentes. O povo é iludido facilmente, a nossa falsa malandragem nos destina ao inferno. Vivemos em uma cultura que julga esperto, malandro, o indivíduo que leva vantagem, que é piolho de sinuca de boteco. Quando os verdadeiros malandros estão roubando nosso dinheiro, rindo da nossa cara e levando para o exterior todos os dias.
As empresas multi-nacionais que arrendaram e arremataram nosso país por uma ninharia (graças à abertura imposta pelo sócio do demo, FHC), cultivam a política da hipocrisia, da ilusão. Fazem gincanas, sorteios de brindes, promovem a interação dos funcionários, quando o real objetivo não é o bem de seu trabalhador (se fosse, simplesmente pagariam salários descentes) e sim engana-los, fazendo–os esquecer os salários de fome e exploração que são submetidos. Essa realidade está longe de acabar, pois a acomodação e a falta de ideais do povo brasileiro são problemas cada vez mais gritantes.
O individualismo burro tomou conta de nossa população, a busca pelo bem comum é o único caminho para expulsar esses vampiros de nosso convívio e assumirmos um país que é nosso. O lucro tem que ser dividido entre os que lutaram para consegui-lo, não por aproveitadores.
O subemprego busca a robotização do funcionário, faz-se uma lavagem cerebral e o transforma em uma obediente ovelhinha cada vez mais manipulável. Essa busca pela satisfação do cliente é uma descarada mentira, pois os empregadores estão preocupados somente com o lucro e o serviço prestado fica em segundo plano. Cobram do funcionário, mas, não oferecem um produto de qualidade, o cliente e o prestador são os enganados da história e as empresas de tele-marketing, planos de saúde, prestação de serviços, etc... ficam cada vez mais ricas.
Essa nova ordem só pode ser combatida com a união da sociedade contra esse mal que sucumbe o nosso dia-a-dia, tirando o poder econômico da mão do povo e o oferecendo as pessoas inescrupulosas.
O nosso país é um eterno mensalão, troca de favores entre os poderosos para ficarem ainda mais poderosos e afundarem o povo cada vez mais na sua vala (paga em um aluguel feroz), infeliz morada. Temos que focar resolver os nossos reais problemas e esquecermos os falsos problemas impostos pelos que nos querem iludir.
Só no Brasil a população trabalha cinco meses completos de um ano só para pagar os tributos (40 % do preço de uma cerveja é só tributação), uma carga tributária que não atinge as empresas estrangeiras (que não são acostumadas com esse absurdo, pois em seus países a distribuição de renda é justa). O Brasil é nação do jeitinho para os poderosos e do ferrinho para o povo.
Nossa sociedade está corrompida e aceitando migalhas que mal alimentam galinhas cada vez mais magras. Está instalada a prostituição de nosso trabalho, e o título de profissão mais digna vai para as prostitutas, que cobram para dar prazer, não dor; como esses capitalistas devassos de nosso meio social.
O país tem que trocar a filosofia da ilusória esperança pela nova concepção da atitude. Somente a atitude pode levar alguém a fugir da hipocrisia do sistema e, viver sua realidade de uma forma única, vitoriosa e verdadeira.


Marcelo G. dos Santos
Paixão, Gol & Rock N´Roll
BH, 30/06/2005

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